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Jorginho Mello defende Hang e diz que Renan Calheiros faz da CPI 'palanque'

Do UOL, em São Paulo

23/09/2021 19h07

O senador Jorginho Mello (PL-SC) saiu em defesa do empresário Luciano Hang, convocado para prestar depoimento à CPI da Covid na semana que vem, e acusou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de fazer da comissão um palanque político todos os dias. Mello e Calheiros trocaram farpas na sessão da CPI de hoje, um chamando o outro de "ladrão", "picareta" e "vagabundo".

Durante entrevista à CNN Brasil, Jorginho Mello lamentou a convocação de Luciano Hang --ele está sendo chamado porque o nome da mãe dele aparece em um dossiê envolvendo a operadora de Saúde Prevent Senior— e o classificou de "homem honesto", que "dá orgulho à Santa Catarina e ao Brasil". O empreendedor e dono das Lojas Havan é apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e defensor contumaz das pautas e interesses do chefe do governo federal.

"Eu não sei de que forma vai ser útil esse depoimento do Luciano [Hang] à CPI. Ele é um homem honesto, que dá emprego em Santa Catarina. Ontem mesmo foi colocada a ficha da mãe dele que faleceu para o Brasil todo ver. Isso é uma coisa pessoal dele. E nem respeito se tem. Então não sei como vai acrescentar esse depoimento dele. O Luciano é um homem que dá emprego, dá orgulho à Santa Catarina, dá orgulho ao Brasil", afirmou Mello.

Já Calheiros, também à CNN Brasil, disse que, pelo tempo curto, não conseguiu se resolver com Jorginho após a discussão de hoje. "Mas da próxima vez que encontrá-lo vou falar sim, porque o parlamento é para se parlar, existir acordo com o limite e a ninguém é dado o direito de viver provocando companheiros", contou.

O senador ressaltou que é necessário existir um limite e ninguém pode "viver provocando os companheiros, não é assim que (Jorginho) defenderá da melhor maneira Hang ou o presidente da República, ele tem que encontrar maneira de falar sem me interromper, tem que ser respeitado de lado a lado".

Mais cedo, durante a audiência da CPI marcada para ouvir o diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, o relator da comissão, Renan Calheiros, fez críticas ao presidente Bolsonaro. Aliado do governo, Jorginho Mello se mostrou contrariado e rebateu.

Calheiros disse então que não aceitava ser interrompido pelo colega. "Vá para os quintos", declarou o parlamentar governista, em tom indignado.

A partir daí, os dois elevaram a temperatura da discussão e começaram a trocar xingamentos. Calheiros chamou Mello de "vagabundo" e ouviu do catarinense adjetivos como "picareta" e "ladrão". (Assista ao vídeo acima).

"Infelizmente esse dissabor aconteceu hoje, porque ouvir calado que o 'presidente Bolsonaro trata com esse tipo de gente' não dá para aceitar. Eu sou um homem de conversa, que tento contemporizar, mas tem coisas que estoura, né? E não dá para ficar ouvindo isso calado. O senador Renan tem feito da CPI um palanque todos os dias, tentando imputar ao presidente isso e aquilo", justificou Mello.

"Eu quis corrigi-lo hoje, dizendo que o governo não tratou com essas pessoas, que esse bando de picaretas se juntou para arrancar dinheiro do governo federal, que o governo federal não está e não estava envolvido nisso. Não dá para aguentar esse tipo de discurso, não dá para fazer palanque político na CPI. Foi isso que aconteceu", concluiu.