Caso Prevent Senior: MP escala promotores que lidam com crimes contra vida
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, disse que a força-tarefa criada pelo MP-SP (Ministério Público Estadual de São Paulo) investigará possíveis omissões de notificação de médicos da Prevent Senior e terá um cuidado especial em relação à apuração de crimes contra a vida.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Sarrubbo disse que a composição da força-tarefa, com quatro dos nove promotores vindos do Tribunal do Júri, não é coincidência.
"A ideia é ter um olhar dos crimes contra a vida. Eles são experientes. Não fazemos juízo prévio. A ideia é que a covid envolve risco à vida, portanto, nada melhor do que um grupo de promotores com experiência de lidar com crimes contra a vida. Estamos investigando as mortes que aconteceram dentro de um sistema adotado por essa empresa", disse.
Segundo ele, a investigação partirá da averiguação de três delitos que em tese podem ter sido cometidos nos hospitais da Prevent Senior: a suspeita omissão de notificação de doença pelos médicos, falsidade ideológica por eventual falsificação de atestados de óbito e possíveis crimes contra a vida com a prescrição de medicamentos ineficazes contra covid-19 em larga escala.
"Esse é só um começo. O trabalho vai envolver o conhecimento das rotinas, dos métodos e do sistema adotado. Tudo terá de ser esclarecido caso eventuais tipos penais surjam, como lesões que se tornaram permanentes em função de tratamentos inadequados", disse.
O MP-SP anunciou a criação da força-tarefa em setembro em meio a suspeitas em relação a Prevent Senior que vieram a público a partir de reportagem da GloboNews e de investigações da CPI da da Covid.
Médicos disseram ter sofrido pressão da operadora de planos de saúde para administrar remédios ineficazes contra o novo coronavírus, o chamado 'kit-covid', em pacientes diagnosticados com a doença sem o seu consentimento em uma pesquisa interna. Os profissionais também afirmam ter recebido orientação para ocultar mortes do estudo.
Em depoimento à CPI, a advogada Bruna Morato, representante dos médicos que denunciaram a Prevent Senior, acusou o governo federal de firmar um 'pacto' com a operadora de saúde para validar o 'tratamento precoce' e usar o estudo fraudado para confirmar o discurso do Planalto contra o isolamento social.
Em nota divulgada depois do depoimento da advogada, a empresa negou o que chamou de 'acusações mentirosas levadas anonimamente à CPI e à imprensa'. "A Prevent Senior estranha o fato de a advogada manter no anonimato os supostos médicos autores da acusação. A empresa ainda não teve acesso aos autos da CPI para fazer sua ampla defesa", relatou a empresa.
*Com informações da Estadão Conteúdo
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