Kennedy: CPI tenta romper 'paredão' de Lira e Aras para culpar Bolsonaro
Em participação no UOL News, o colunista Kennedy Alencar avalia que a CPI da Covid cumpriu um papel político muito importante ao informar a população brasileira sobre irregularidades cometidas pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia.
Na reta final da comissão, um ex-médico da Prevent Senior e um cliente da operadora de saúde foram ouvidos hoje pelos senadores. Eles relataram supostas fraudes praticadas pela empresa, além de reafirmarem denúncias já feitas à CPI pela advogada que representa grupo de atuais e ex-funcionários da Prevent.
Durante a sessão, foi aprovada a terceira convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para prestar depoimento no Senado. Parlamentares querem saber, agora, se houve interferência da pasta na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias).
"A CPI tenta um caminho para responsabilizar o Bolsonaro juridicamente porque Lira e Augusto Aras fazem um 'paredão' [para protegê-lo]", afirma o colunista.
"Mas ficou muito claro no depoimento de hoje como se montou um corredor da morte dentro da Prevent Senior, e que pode ter sido replicado em alguns locais pela defesa de que existia um medicamento que funcionava — a cloroquina."
Para Alencar, a CPI da Covid "faz bem" ao chamar Queiroga novamente para "responsabilizá-lo". "Inclusive por esses absurdos que continuam sendo ditos pelo presidente da República — absurdos criminosos, porque gente morre por causa disso."
O colunista, entretanto, criticou a ausência do ministro da Defesa, Braga Netto, à comissão.
"Não podemos tratar as Forças Armadas como se tivessem um papel de tutela da vida civil", diz. "A CPI não chama Braga Netto com medo de criar uma tensão militar, então, me parece que são omissões na reta final. Mas acho que o saldo é muito mais positivo do que negativo."
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