Omar Aziz defende que CPI ouça Conitec antes do ministro Marcelo Queiroga
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), defendeu que membros do Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) ouvidos antes do depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O titular da pasta responsável pelo enfrentamento à pandemia foi convocado para falar, pela terceira vez, no próximo dia 18 de outubro.
Para o senador, a mudança é necessária devido à postura de Queiroga quando questionado sobre os medicamentos comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. A presença do pneumologista Carlos Carvalho, que pediu o adiamento da votação do relatório da Conitec que "desaconselha" o uso do chamado "kit covid".
"A última vez que o ministro Queiroga esteve com a gente, sempre que perguntado se era a favor do tratamento precoce e com aqueles medicamentos, ele tinha uma resposta já pronta. Ele dizia: 'olha, não vou me posicionar porque a Conitec está analisando e qualquer opinião minha pode induzir a Conitec'", lembrou, em entrevista à CNN Brasil.
Segundo Aziz, essas respostas evasivas e ensaiadas de Queiroga foram dadas "para não desagradar o presidente". Na visão do presidente da CPI, a postura e opinião do ministro não deve mudar até a próxima oitiva.
O presidente da Comissão também afirmou que a postura da Conitec interessa apenas "aos laboratórios fabricantes desses remédios".
A CPI está marcada para acabar na mesma semana da oitiva do ministro. A previsão é de que o relatório final da Comissão seja apresentado no dia 19, seguinte à sessão com Queiroga.
Mais cedo, para o mesmo canal de televisão, o senador e vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), não descartou a possibilidade de prorrogação dos trabalhos. Segundo informou, os senadores ainda vão se reunir para decidir os rumos dos próximos dias.
Indiciamento da Conitec
Mais cedo, Omar Aziz disse ao UOL que poderá conversar com o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), para que os membros da Conitec estejam no relatório final e sejam indiciados caso o órgão não se manifeste antes do encerramento dos trabalhos do colegiado.
"A questão da Conitec é muito séria, quase dois anos de utilização de medicamentos (comprovadamente ineficazes) e a Conitec não tem posicionamento? Não podemos fechar a CPI sem esse posicionamento", afirmou.
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