CPI da Covid: Randolfe diz que Queiroga 'será indiciado inevitavelmente'
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deve ser "indiciado inevitavelmente". No entanto, o parlamentar garantiu que esse não é objetivo e que a Comissão busca evitar esse desfecho.
"Nós queremos esgotar todos os caminhos para ao final não ter que indiciar o ministro", disse, em entrevista ao Jornal das Dez, da Globo News.
Segundo o senador, o titular da pasta responsável pela gestão e combate à pandemia precisa responder claramente aos questionamentos da CPI. Entre os temas que os senadores esperam explicações e detalhamento estão a imunização de crianças e adolescentes e a programação da vacinação para o ano que vem.
"Inevitavelmente, como nós podemos proceder se o ministro não responde claramente sobre a vacinação dos brasileiros, se o ministro se rende ao negacionismo em relação ao tratamento precoce, se o ministro faz declarações relativizando o uso de máscaras? Inevitavelmente, ao final do relatório, ele virá a ser indiciado", explicou.
O ministro, que é médico, assumiu a pasta após o então chefe da pasta, Eduardo Pazuello, deixar a função sob muitas críticas a respeito de sua gestão. Randolfe pontuou que, no entanto, vê Queiroga deixando o posto de "médico respeitado" e "se convertendo e cedendo cada vez mais espaço ao negacionismo".
"Eu não gostaria de ter o ministro Queiroga, ao final da Comissão Parlamentar de Inquérito indiciado. Não é de bom-tom, nós termos indiciado o ex-ministro Eduardo Pazuello e ter o atual ministro também indiciado", disse.
Prorrogação da CPI
Em outro momento, Randolfe Rodrigues também afirmou que não está descartada a possibilidade de prorrogação dos trabalhos da CPI da Covid. Marcada para acabar no dia 19 de outubro, quando será apresentado o relatório final, a Comissão poderá ser estendida caso os senadores julguem necessário.
"Nenhuma hipótese está descartada. Nós temos um prazo legal para entrega do relatório que vai até 5 de novembro. Nós precisamos, antes da entrega do relatório, pelo menos dar uma semana ao relator para os ajustes finais", explicou, em entrevista à CNN Brasil.
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