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Ciro responde Lula e Dilma novamente e questiona aliança do PT com MDB

Do UOL, em São Paulo

14/10/2021 12h40Atualizada em 14/10/2021 13h21

Retomando a troca públicas de farpas que se iniciou ontem, o pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) voltou a criticar os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).

Em vídeo veiculado no Twitter, Ciro reafirmou a avaliação de que Lula atuou em favor do impeachment de Dilma, concretizado em 2016, e questionou as conversas que o ex-líder sindical vem mantendo com nomes do MDB.

"Ele (Lula) já começa a fechar acordos com estes mesmos personagens sombrios do passado (políticos que apoiaram o impeachment de Dilma). Que futuro, por acaso, ele estaria pensando para o Brasil?", indagou.

O questionamento feito hoje encontra eco em um outro, proferido ontem em entrevista ao podcast Estadão Notícias, ocasião em que Ciro disse estar seguro de que Lula "conspirou" a favor do impeachment de Dilma.

Na entrevista, Ciro relacionou o fato de hoje Lula buscar alianças com quem apoiou o impeachment de Dilma como uma prova de que, no fundo, havia um desejo do ex-presidente em permitir que a destituição da colega de partido se concretizasse.

"Eu atuei contra o impeachment e quem fez o golpe foi o Senado Federal. Quem presidiu o Senado? Renan Calheiros (MDB-AL, ainda senador). Quem liderou o MDB nessa investida? O Eunício Oliveira (MDB-CE, ex-senador). Com quem o Lula está hoje?", indagou Ciro Gomes.

Na semana passada, visando as eleições de 2022, Lula se reuniu, na residência de Eunício Oliveira, com lideranças do MDB. Renan Calheiros, embora, de fato, seja próximo do líder petista, além de crítico do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não esteve presente.

Hoje mais cedo, em entrevista à Rádio Grande FM, do Mato Grosso do Sul, Lula rebateu Ciro, dizendo que o ex-governador do Ceará age de forma "banal e grosseira". "Eu só não sei o que ele está querendo — mas, quem planta vento, colhe tempestade", afirmou.

Discussão entre Ciro e Dilma

A troca pública de farpas entre Ciro Gomes e Dilma Rousseff teve início ontem, logo após a entrevista do político do PDT para o podcast do jornal O Estado de S. Paulo.

No início da tarde de ontem, via Twitter, Dilma reagiu ao que disse Ciro na entrevista veiculada mais cedo, afirmando que o pré-candidato ao posto de presidente nas eleições de 2022 "mente de maneira descarada".

"Ciro Gomes está tentando de todas as formas reagir à sua baixa aprovação popular", afirmou Dilma. "O problema, para ele, é que usa este método há muito tempo e continua há quase uma década com apenas 1 dígito nas pesquisas", finalizou.

Ciro, então, fez tréplica. Se mais cedo o ex-governador cearense havia chamado impeachment de Dilma de "golpe", mais tarde, respondendo ao que disse a ex-presidente, o ex-governador cearense disse que foi um erro ter se posicionado contra a destituição da petista.

"Na vida, nunca menti. Mas errei algumas vezes. Uma delas [foi] quando lutei contra o impeachment de uma das pessoas mais incompetentes, inapetentes e presunçosas que já passaram pela Presidência. Claro que estou falando de você, Dilma", disparou, também via Twitter.

No vídeo veiculado hoje, porém, Ciro voltou atrás sobre a fala de ter se arrependido de ter apoiado Dilma durante o processo de impeachment. Segundo o político, a afirmação ocorreu "no calor da discussão".

"Sinceramente, não. Eu não me arrependo propriamente de ter lutado contra o golpe que a derrubou, porque nunca me arrependerei de defender a democracia", disse.

Ontem, ao responder à fala de Ciro, Dilma chamou o político cearense de presunçoso e misógino, dizendo que, ao atacá-la, o ex-governador "usa os mesmos argumentos dos golpistas que diz ter combatido".

"Infelizmente para Ciro, encerro esta polêmica estéril por aqui. O Brasil precisa é discutir a gravíssima crise democrática, social, sanitária e econômica em que se encontra. Lamento ter, em algum momento, dado a Ciro Gomes a minha amizade", finalizou Dilma.