Topo

Esse conteúdo é antigo

Vou conversar com todo mundo, diz Lula sobre encontros com políticos do MDB

Ex-presidente Lula disse que só deve oficializar pré-candidatura a presidente no início de 2022 - Lucas Valença/UOL
Ex-presidente Lula disse que só deve oficializar pré-candidatura a presidente no início de 2022 Imagem: Lucas Valença/UOL

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

08/10/2021 12h49Atualizada em 08/10/2021 15h21

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Lula (PT-SP) promoveu uma entrevista coletiva em Brasília para comentar sobre os encontros que teve com lideranças políticas, em especial do MDB e do PSD, na capital federal.

Questionado sobre os encontros que teve com políticos do MDB, Lula afirmou que tem conversado "com todas as lideranças políticas do país" e que continuará conversando "com todo mundo".

"Eu estou em um momento de conversar com os partidos políticos, com as centrais sindicais. Em um dado momento, conversarei com empresários e, depois, com a sociedade civil", disse. Lula também afirmou que só oficializar a própria pré-candidatura no início de 2022.

Sobre a intenção do PT em construir uma grande bancada no Congresso, Lula enfatizou a necessidade em se ter uma "bancada forte no parlamento" e que fará um "esforço muito grande" para que a legenda tenha o maior número de deputados federais eleitos.

"Eu estou disposto a fazer campanha pedindo voto para os nossos candidatos a deputado em todos os lugares do Brasil. Acho importante o PT ter uma bancada forte", afirmou.

Ministro da Economia

Ao falar sobre economia, Lula contou que já pensa em alguns nomes de economistas que poderão ser acionado em uma possível nova gestão petista, mas defendeu que o país "precisa recuperar a credibilidade e a previsibilidade" na economia brasileira.

"O país não é meu, eu é que sou do país. Então quero que a sociedade me ajude a reconstruir esse país. Mas eu tenho muita preocupação com a economia brasileira, com inflação, pois ela prejudica o mais pobre, e com o desemprego", afirmou.

Sobre a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, o ex-presidente disse que o economista "já deu a demonstração que ele entende de qualquer coisa, menos de economia". "Só podia acreditar no Guedes como economista quem queria acabar com o Estado brasileiro", afirmou.

Críticas a Bolsonaro

Antes de responder os questionamentos dos repórteres, Lula fez uma fala curta e afirmou que, quando deixou o governo, "não esperava que 10 anos depois o Brasil estivesse pior". "É com muita tristeza que tudo que nós conquistamos está sendo destruído", declarou.

O ex-presidente também criticou a atual gestão do governo federal e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "não se preparou e não se preocupa em governar". "Nós temos um governo que não sabe fazer outra coisa a não ser provocar e promover fake news", disse.

Lula também lembrou do recuo feito pelo presidente Bolsonaro após as manifestações no Dia da Independência, quando o presidente chegou a incitar os apoiadores contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e, depois, publicou uma carta recuando das bravatas.

"No dia 7 de setembro de manhã, ele ruge como leão. No dia seguinte, mia como um gatinho", afirmou.

Ao falar sobre Bolsonaro, Lula também afirmou que o mandatário "deveria fechar a boca" para governar melhor o país. "Um presidente não ganha as eleições para falar bobagem", afirmou.

Em um dos momentos da coletiva, o petista defendeu um "Estado forte", mas ressaltou que "não quer um estado empresarial", mas um Estado com força para ser "indutor do desenvolvimento".

"É importante que cada eleitor, cada jornalista, cada cidadão, saiba que eu quero um Estado forte. Apenas um Estado forte tem a capacidade de tirar o povo da miséria", disse.

Encontros de Lula

Antes de se reunir com os jornalistas, Lula se encontrou, de maneira reservada, com apoiadores e blogueiros mais alinhados com a esquerda.

Nesta semana, o petista se reuniu com alguns dos principais nomes do MDB nacional na residência do ex-ministro das Comunicações e ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE).

O encontro, porém, chegou a ser esvaziado de última hora, não tendo a presença do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), do ex-senador José Sarney (MDB-AP) e do relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Lula volta a se aproximar do MDB, um dos maiores partidos no Congresso e que possui uma capilaridade em quase todos os municípios do país, mas que se encontra dividido no apoio ao petista.

Emedebistas do Norte e Nordeste são mais abertos às conversas do ex-presidente, mas os principais nomes do MDB da região Sul, como o deputado Osmar Terra (RS) e o ex-deputado Darcísio Perondi (RS), se articularam no partido para que a legenda apoie Bolsonaro.

Antes do encontro, o senador Paulo Rocha (PT-PA), que também se encontrava na entrevista coletiva, afirmou que o ex-presidente pretende apresentar os "projetos de mudança" do país para apenas depois oficializar a pré-candidatura à Presidência da República.

Após um almoço com apoiadores e parlamentares do PT, o ex-presidente Lula retorna a São Paulo por volta das 15h (horário de Brasília).