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GSI deve gastar R$ 645 mil em compra de 2 drones para proteção de Bolsonaro

15.set.21 - O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia do Programa Casa Verde e Amarela no Palácio do Planalto - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
15.set.21 - O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia do Programa Casa Verde e Amarela no Palácio do Planalto Imagem: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

19/10/2021 17h38Atualizada em 19/10/2021 17h53

O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) anunciou hoje no DOU (Diário Oficial da União) a abertura de edital de licitação para a compra de dois drones "com a finalidade de aumentar de forma substancial a eficiência e eficácia" da segurança do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O pregão eletrônico da abertura de ofertas começará no próximo dia 29, às 9h30.

De acordo com o ministério, a compra também irá "promover a otimização de recursos e redução de gastos com diversas atividades que atualmente são necessárias para mitigar riscos". O edital prevê a compra de dois drones com o preço unitário de R$ 322.945, totalizando o gasto de R$ 645.890 por dois itens do equipamento.

O GSI descreve os drones a serem comprados como "aeronaves não tripuladas e remotamente pilotadas, tipo MULTI-ROTOR, com capacidade de decolagem na vertical e acessórios".

Entre as exigências do produto estão a autonomia mínima de 40 minutos em condições climáticas típicas do clima de Brasília, com vento de no máximo de 15 km/h, peso de até 7,5 kg pronto para voar, sem carga adicional, e alcançar a altitude de 3 mil metros acima do nível do solo.

"A proteção pessoal ao Presidente da República, em particular, avulta de importância, fruto de uma agenda de eventos e viagens dinâmica, de compromissos oficiais e privados, os quais envolvem cenários complexos e distintos, locais controlados ou não, e uma intensa interação com público variado", explica o edital.

O gabinete discorre que o uso de meios eletrônicos, como o caso dos drones solicitados, "constitui-se em ferramenta útil de antecipação e prevenção", portanto, "é relevante que a Segurança Presidencial disponha de meios adequados para mitigar possíveis ameaças e fatores críticos que possam comprometer a integridade física ou moral da autoridade".

Com frequência, o presidente Bolsonaro aparece falando próximo aos apoiadores, faz motociatas e entra em contato com diferentes públicos em eventos, nem todos previstos na agenda do atual mandatário.

Além disso, o ministério chefiado pelo general Augusto Heleno explicou que há a possibilidade de ocorrer a integração dos drones a serem comprados com tecnologias como: "reconhecimento facial, utilização de equipamentos ativos como transmissão de áudio, e diversos outros dispositivos que possam ser acoplados ao RPA, a fim de cumprir uma missão específica na área de segurança".

Gastos do governo

A "motociata" em apoio ao presidente que aconteceu em 12 de junho, em São Paulo, custou quase meio milhão de reais aos cofres públicos federais, de acordo com a Secretaria-Geral da Presidência da República.

Segundo o órgão, "os gastos relativos à viagem em São Paulo do Senhor Presidente da República, no dia 12 de junho de 2021, que envolvem as despesas realizadas por intermédio da Secretaria Especial de Administração - SA/PR, com Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF, transporte terrestre, passagens, telefonia e diárias, encontram-se disponíveis e foram da ordem de R$ 476.393,35". A informação foi obtida pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) por meio da Lei de Acesso à Informação.

No pedido, ele também questionou quem eram as pessoas na comitiva do presidente, bem como quantas diárias e passagens foram pagas pelo governo. A Secretaria não respondeu a essa parte do questionamento, alegando que essas informações estão sob sigilo.

Em junho, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo comunicou que o policiamento extra para a "motociata" de Bolsonaro custou R$ 1,2 milhão.

*Com informações de Anna Satie, do UOL, em São Paulo