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Citado na CPI, Carlos Bolsonaro diz que vai denunciar Aziz por prevaricação

O vereador Carlos Bolsonaro com seu pai, o presidente Jair Bolsonaro - Geraldo Magela | Agência Senado
O vereador Carlos Bolsonaro com seu pai, o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Geraldo Magela | Agência Senado

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

20/10/2021 15h33

O vereador do Rio de Janeiro e segundo filho mais velho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), afirmou hoje que apresentará denúncia contra o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD/AM), por suposto crime de prevaricação.

Segundo Carlos, o senador não tomou medidas para evitar a divulgação de dados de inquérito sobre os atos antidemocráticos. "Apesar de oficiado por meus advogados e tomado ciência, Aziz, que é investido de poderes para oficiar MP, MPF entre outras autoridades, nada fez", afirmou o filho do presidente.

Durante sessão no Senado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) lembrou o depoimento em que o filho do presidente da República reconheceu que recebeu informações de Fábio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República.

"No inquérito sobre os atos antidemocráticos, Carlos Bolsonaro depôs e disse assim, 'Fábio encaminha de forma habitual prévias de possíveis manchetes do dia seguinte nos meios de comunicação'", disse Calheiros.

Entenda o caso

Numa oitiva, em 10 de setembro de 2020 no âmbito do inquérito do STF que apura a realização de atos antidemocráticos, Carlos afirmou que, de 2010 a 2012, criou perfis falsos em redes sociais diversas em nome de Bolsonaro, "na tentativa de capilarizar as informações sobre o trabalho desenvolvido". O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), retirou em junho de 2020 o sigilo do inquérito.

Carlos disse ainda que, por causa dos resultados obtidos a partir da criação dos fakes de seu pai, buscou "identificar pessoas que pudessem colaborar com o trabalho" nas redes sociais e que, em 2015, conheceu o servidor José Matheus Sales Gomes, posteriormente contratado como assessor da presidência da República.

Gomes hoje é apontado por investigadores como um dos integrantes do chamado "gabinete do ódio". Carlos afirmou que ambos ainda mantêm contato para debater meios de amplificar a divulgação de ações do governo federal pelas redes sociais.

A investigação foi aberta em abril de 2020 por Moraes. Ele atendeu a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que apontou a necessidade de "apurar fatos em tese delituosos envolvendo a organização de atos contra o regime da democracia participativa brasileira, por vários cidadãos, inclusive deputados federais".

Em julho deste ano, o inquérito foi encerrado. Também sob relatoria de Moraes, a corte continua a analisar o tema em um novo inquérito, que mira ataques à corte, propagação de fake news e ações de Carlos Bolsonaro (Republicanos) e do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).