'Subsolo do inferno', diz senador sobre governo do Amazonas durante a covid
O senador Eduardo Braga (MDB), que pediu indiciamento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), pela CPI da Covid, disse que o estado virou o "subsolo do inferno" durante a crise do coronavírus, especialmente durante as ondas da doença que atingiram o país no início de 2021.
Segundo Braga, o Amazonas foi o fato determinante para a criação da CPI da Covid. "Faltou oxigênio e o governo tinha conhecimento antecipado. Morreram enfermeiros contaminados, porque não tinham equipamento de proteção individual, morreram pessoas porque faltavam leitos de UTI, não havia plano de contenção estratégico. [...] Em 2021 foram meses terríveis, o subsolo do inferno", falou ao UOL News.
O senador afirmou que "não faltou dinheiro ou informação, faltou vontade política". Assim, ele pediu, em forma de adendo, o indiciamento de Wilson Lima e do secretário de Saúde do estado, Marcellus José Barroso Campêlo. "Eles precisam pagar pelos crimes que cometeram", disse.
Braga falou estar "otimista" com a aprovação do adendo dele no texto da CPI da Covid, que será votado amanhã. "Não há como ter um relatório que trate com dois pesos e duas medidas", explicou em referência aos outros crimes descritos no documento e a lista de indiciados, que inclui o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A segurança do senador pode vir também de sua relação com o G7, como ficou conhecido o grupo geralmente unânime da CPI. "O G7 chegou unido no fim porque há espírito de democracia. Às vezes Omar (Aziz, do PSD e presidente da comissão) pode não gostar de algo ou o Renan (Calheiros, do MDB e relator) pode discordar, mas a maioria consegue construir solução com diálogo", contou.
"Espero que a gente consiga, nessa reta final, harmonizar e ter o relatório para fazer justiça a quase 14 mil amazonenses que morreram e mais milhares que ficaram com sequelas da covid", afirmou.
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