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'Relatório do Renan vai ser aprovado. Isso eu asseguro', diz Omar Aziz

8.jul.2021 - O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), durante sessão da comissão  - Pedro França/Agência Senado
8.jul.2021 - O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), durante sessão da comissão Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

25/10/2021 08h41Atualizada em 25/10/2021 12h52

O senador e presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), disse ontem que o relatório final da comissão, produzido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), será aprovado.

"O relatório do senador Renan Calheiros vai ser aprovado. Isso eu asseguro. Independente se ele colocar mais alguém ou possa rever algumas questões. (...) Em relação ao número de pessoas [com pedido de indiciamento no relatório] são as pessoas que nós investigamos", afirmou Aziz à GloboNews.

Aziz explicou que os senadores farão hoje uma reunião para discutir os pedidos de alguns parlamentares para incluir novos nomes no relatório final, além dos quase 70 já apontados na versão de Calheiros. Ele ainda elogiou o trabalho feito pelo relator e a atuação de alguns membros da CPI.

"Eu tenho certeza que o senador Renan Calheiros, como foi até agora, foi uma pessoa que ouviu, mesmo a gente tendo divergências, mas são divergências pontuais, nada no contexto do relatório muito bem feito pelo senador. Tenho certeza que na terça-feira (26) a gente aprova esse relatório."

O parlamentar destacou que, apesar de algumas divergências no texto, o objetivo do relatório e da CPI foi "cumprido".

Aziz não acredita em "engavetamento"

Em entrevista à CNN Brasil, Omar Aziz ainda disse que o relatório final da CPI da Covid vai ser levado adiante pelos órgãos competentes.

Os pedidos de indiciamento são enviados para a Procuradoria-Geral da República quando o acusado tem a prerrogativa de foro especial. Nos casos de crime de responsabilidade, a apreciação cabe à Câmara. Os demais casos são encaminhados a instâncias inferiores do Ministério Público Federal. Cada órgão segue um rito próprio para decidir se aceitará os indiciamentos dos nomes apontados pela CPI.

"Eu não acredito que nenhum procurador não vai investigar e não vai dar um parecer. Mas tem uma diferença, que é simples. Vocês têm conhecimento do nosso relatório, a pessoa que está do lado de lá que vai receber isso, e vai tentar justificar que não vai continuar a investigação e vai dizer que não tem nada, ela vai ter que ter um debate nacional, porque não é sigiloso. Nosso relatório é público", disse Omar.

"Essa narrativa de CPI não sei o que, não sei o que lá. Quero ver na hora do pega para capar, quero ver quem vai engavetar mais de 600 mil vidas perdidas no Brasil. Quero ver qual a justificativa para não punir as pessoas responsáveis. Muitos podem não ter responsabilidade, mas tem que ser investigando. Não estou apontando dedo e condenando ninguém", completou.

Randolfe critica Bolsonaro

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse no UOL News desta manhã que a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a vacina contra o novo coronavírus e a Aids será incluída no relatório final da comissão.

Durante uma live em suas redes sociais na quinta-feira (21) Bolsonaro leu uma suposta notícia de que pessoas no Reino Unido que foram vacinadas com as duas doses da vacina contra covid-19 estavam adquirindo Aids. Ontem, o Facebook e o Instagram retiraram o vídeo de transmissão do ar.

"A reiteração de crime do presidente da República será acrescentada ao relatório, sem dúvida nenhuma, além da providência que estamos fazendo da comunicação ao ministro Alexandre de Moraes", disse Randolfe.

O senador afirmou que a CPI deverá encaminhar um ofício a Moraes sobre a fala de Bolsonaro para que ela seja investigada no âmbito do inquérito das fake news, relatado por ele no STF (Supremo Tribunal Federal). Randolfe disse que a sugestão de encaminhamento foi feita pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES), conforme antecipado ontem pelo colunista Chico Alves.

Na última semana, Randolfe também afirmou que pedirá o indiciamento de mais nove nomes junto ao relatório final da CPI da Covid, no Senado Federal.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.