Bolsonaro desembarca em Roma para participar do G20
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a Roma na manhã de hoje para participar no final de semana da reunião de Cúpula do G20, grupo que reúne os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia. Na agenda, clima, recuperação econômica e pandemia.
Bolsonaro desembarcou por volta das 8h05 (horário de Brasília) sem usar máscara de proteção contra a covid-19 — a Itália deixou de exigir o uso do acessório ao ar livre em junho.
Do aeroporto, Bolsonaro foi para a embaixada do Brasil em Roma. Ao chegar, o presidente parou para falar com apoiadores e disse que viu pelo caminho "muitas pessoas" que reconheciam a bandeira brasileira.
Questionado sobre o que esperava do G20, ele não respondeu. "Estou muito feliz por estar aqui. Se Deus quiser, na segunda-feira visitarei meus ancestrais", disse o presidente, numa referência à visita que ele fará para Anguillara Veneta, na segunda-feira.
Um pequeno grupo de apoiadores cantaram o hino nacional e, com a bandeira de Israel e do Brasil, insistiam que Bolsonaro não era culpado pelas mortes no Brasil por causa da pandemia de covid-19.
"Ele é o primeiro presidente de direita no Brasil em 500 anos", disse o brasileiro Jorge Ferreira, morador de Roma. Questionado se o regime militar que governou o país entre 1964 e 1985, Fernando Collor de Melo ou Jose Sarney não eram de direita, ele desconversou.
O imigrante admitiu que votou por Luiz Inácio Lula da Silva em eleições passadas. Mas disse estar convencido de que o Brasil "é um país de direita".
Sem provas, ele ainda colocou em dúvida o número de 600 mil mortos pela pandemia e questionou as medidas de confinamento. "Todos que morrem agora colocam que é de covid-19", disse. "Acho que é uns 400 mil. Mas 600 mil não acredito", disse de forma aleatória, antes de voltar a gritar o nome do presidente.
Agenda de Bolsonaro em Roma
O único compromisso do dia de Bolsonaro é uma audiência com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, no Palácio do Quirinal. Na Itália, cujo sistema de governo é parlamentarista, o presidente é o chefe de Estado. Já a chefia de governo é exercida pelo primeiro-ministro, posto atualmente ocupado por Mario Draghi.
Além da programação já divulgada, existe ainda a possibilidade de que o presidente faça uma visita à sede da FAO, em Roma.
A comitiva presidencial é integrada pelos ministros Carlos França (Relações Exteriores) e Paulo Guedes (Economia). Amanhã e domingo, o presidente participa das atividades do G20, onde deve ter outros encontros bilaterais com autoridades estrangeiras, além de reuniões internas.
Viagem para Pádua e visita à terra de antepassados
Após o encontro do G20, o cronograma de Bolsonaro na Itália inclui viagem até a província de Pádua, onde está prevista uma cerimônia de entrega do título de cidadão honorário do município de Anguillara Veneta, seguida de um almoço oferecido pela prefeita da cidade, Alessandra Buoso.
Ela é integrante do partido de direita italiano A Liga. Esta região também é tida como local de origem da família do presidente brasileiro, de onde seu bisavô paterno teria emigrado para o Brasil.
Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, o chefe do Executivo pretende visitar a basílica local na região de Pádua, mas, numa nota emitida, a diocese deixou claro que os religiosos não estão dispostos a recebê-lo de maneira oficial — caso queira ir, será na condição de uma pessoa como qualquer outra.
Ainda conforme o colunista, pelo menos três protestos devem ser organizados nos próximos dias contra o brasileiro. Dois deles em Roma, além de outro em Anguillara Veneta.
Na terça-feira (2), o compromisso de Bolsonaro é na província de Pistoia, onde participará de um cerimônia em memória dos pracinhas brasileiros que lutaram pelas Forças Armadas brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial. A cerimônia ocorrerá no Monumento Votivo Militar Brasileiro.
A previsão é que, depois deste compromisso, Bolsonaro retorne da Itália para o Brasil, onde deve chegar já na madrugada de quarta-feira (3).
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