Senador pede ao STF que PGR investigue suspeita de rachadinha de Alcolumbre
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma notícia-crime para que seja investigada a denúncia de rachadinha envolvendo o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Segundo a revista Veja, o esquema envolveu seis mulheres que, antes de serem contratadas para o gabinete do senador, eram pobres, desempregadas e moradoras da periferia do Distrito Federal. Elas relataram que Alcolumbre ficava com a maior parte dos salários delas, numa ação que teria rendido R$ 2 milhões. O senador nega e diz que é vítima de perseguição.
"É indispensável a imediata apuração dos fatos narrados", escreveu Vieira no documento enviado ao Supremo, pedindo atuação da PGR (Procuradoria Geral da República).
O senador, pré-candidato a presidente pelo Cidadania, justificou a decisão de apresentar a notícia-crime indicando "o histórico de lenta ou nenhuma apuração de fatos graves envolvendo autoridades" para, dessa forma, "garantir a célere coleta de provas, inclusive para a proteção de testemunhas".
Vieira reforça que sua ação no STF não tem como objetivo atribuir culpa a seu colega de Senado neste momento. Para ele, é necessário que as ex-funcionárias do gabinete de Alcolumbre sejam ouvidas.
O pedido de notícia-crime feito pelo senador do Cidadania é de 29 de outubro, mas ainda não consta no sistema eletrônico do Supremo Tribunal Federal. Quando isso acontecer, um dos dez ministros será sorteado como relator para avaliar o caso.
"Campanha difamatória"
Em nota, Alcolumbre diz que só soube do "repudiável confisco de salários" por causa da reportagem da revista. Ele negou participação em quaisquer possíveis irregularidades. "Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados", afirmou. "Tomarei as providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os fatos."
O senador diz que é vítima de "uma campanha difamatória sem precedentes". "Primeiro, fui acusado de ser um intolerante religioso (um judeu contra um evangélico)", disse. "É nítido e evidente que se trata de uma orquestração por uma questão política e institucional da CCJ e do Senado Federal", argumentou.
Alcolumbre não mencionou o nome do evangélico André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro (sem partido) para a vaga de Marco Aurélio Mello no STF (Supremo Tribunal Federal) e que aguarda há meses o parlamentar marcar sua sabatina no Senado.
Acusação
De acordo com depoimentos à Veja, o próprio Alcolumbre fez as contratações. Uma das seis ex-funcionária disse ter sido contratada para uma vaga cujo salário era de R$ 14 mil. Ela, porém, teria recebido apenas R$ 1.350. A orientação era para que não dissesse que tinha sido contratada no Senado.
A revista obteve extratos bancários das funcionárias. Parte delas processa o senador na Justiça do Trabalho. "Entre os papéis, há extratos bancários que comprovam que alguém zerava as contas das ex-funcionárias a partir do instante em que o pagamento era creditado", narrou a revista.
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