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Advogada de Bolsonaro apoia quebra de sigilo de advogado de Adélio

Colaboração para o UOL

04/11/2021 09h51Atualizada em 04/11/2021 10h13

A advogada Karina Kufa, representante de Jair Bolsonaro (sem partido), comemorou e defendeu, em entrevista ao UOL News hoje (4), a decisão do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que permite a retomada da investigação sobre a facada contra o presidente.

A decisão para apurar a existência de supostos mandantes do atentado cometido por Adélio Bispo em 2018 pode levar à quebra de sigilo do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior. "Acho uma vitória muito importante", disse.

Apesar da comemoração, Kufa diz que defende a inviolabilidade de um advogado, porém, quando não há indícios de participação em um crime. "O advogado trouxe em entrevistas declarações controvertidas, mostrando que não queria destacar quem o mandou fazer a defesa", afirmou.

Ainda em 2018, a Justiça Federal em Juiz de Fora (MG), local do crime, havia permitido a quebra de sigilo bancário, a apreensão do celular e de outros documentos de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, principal advogado de Adélio. A PF (Polícia Federal) apreendeu os materiais em dezembro daquele ano, mas eles não chegaram a ser usados na investigação.

"Ativismo judicial"

Durante a entrevista, a advogada de Bolsonaro também rebateu as críticas à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, que teve o texto-base aprovado na Câmara nesta madrugada. "Temos que lembrar como está o ativismo judicial de todos os temas políticos que envolvem não só este governo, mas governos anteriores."

Na avaliação de Karina Kufa, o adiamento do pagamento dessas dívidas já determinadas pela Justiça não é calote. "A proposta está sendo aprovada para conter uma situação muito grave no país. Não seria calote, mas uma renegociação."

A proposta, que já havia passado por comissão especial, abre espaço fiscal de R$ 91,6 bilhões para o governo em 2022, o que viabiliza o lançamento do Auxílio Brasil de R$ 400. A PEC precisa passar ainda por um segundo turno de votação na Câmara antes de ir para o Senado.

A advogada do presidente também criticou o relatório da CPI da Covid. A cúpula da comissão chegou a cogitar convocar Karina Kufa para depor, mas desistiu após repercussão negativa, inclusive na OAB. "Senadores agiram de forma irresponsável. Defendo que as pessoas citadas acionem a Justiça."