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Indireta a Deltan? 'Demonizou-se o poder para apoderar-se dele', diz Gilmar

Colaboração para o UOL

05/11/2021 09h58Atualizada em 05/11/2021 12h40

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Medes postou hoje no Twitter uma possível indireta ao ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, um dia após vir a público a decisão do agora ex-procurador da República de pedir exoneração do MPF (Ministério Público Federal).

Crítico da Lava Jato, Gilmar afirmou que tem alertado sobre a politização no procedimento criminal, sem citar o nome de Dallagnol.

A seletividade, os métodos de investigações e vazamentos: tudo convergia para um propósito claro - e político, como hoje se revela. Demonizou-se o poder para apoderar-se dele. A receita estava pronta.
Gilmar Mendes, ministro do STF

Dallagnol foi exonerado do cargo de procurador da República, da carreira do MPF — ele deixou o Ministério Público "a pedido". A exoneração é assinada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e tem efeito a partir de 3 de novembro. A portaria com a decisão, publicada no DOU (Diário Oficial da União), ainda declara vago o cargo antes ocupado por Dallagnol.

De acordo com o site O Antagonista, Dallagnol vai se filiar ao Podemos, mesmo partido que vai receber o ex-juiz Sergio Moro. A filiação do também ex-ministro da Justiça está agendada para acontecer no próximo dia 10, em Brasília.

Críticas à Lava Jato

As críticas do ministro Gilmar Mendes à Operação Lava Jato e seus integrantes não são novidade. Ao UOL Entrevista, em fevereiro deste ano, o magistrado comparou a força-tarefa de Curitiba da Operação Lava Jato com um "esquadrão da morte".

Durante a votação sobre a suspeição de Moro nos processos envolvendo o ex-presidente Lula (PT), Gilmar votou contra o ex-juiz e classificou a situação como "a maior crise que já se abateu sobre a Justiça Federal".

"Talvez seja a salvação hoje da Justiça Federal que está vivendo uma imensa crise a partir deste fenômeno de Curitiba que se nacionalizou. O juízo de Curitiba, nós vamos analisar, se tornou um juízo universal."