Presidente do PDT: 'Não existe chance de Ciro Gomes deixar a candidatura'
O presidente do PDT, Carlos Lupi, declarou à revista Crusoé que "não existe possibilidade" do presidenciável Ciro Gomes deixar de disputar as eleições pela legenda.
A fala do presidente do partido aconteceu após Ciro afirmar que sua pré-candidatura à presidência da República em 2022 está suspensa até que o PDT reavalie o posicionamento em relação à PEC dos Precatórios, aprovada na madrugada de ontem em primeiro turno na Câmara dos Deputados.
Não temos plano B à candidatura de Ciro Gomes. Não existe possibilidade de Ciro deixar a candidatura à Presidência e muito menos de sair do partido.
Carlos Lupi, em entrevista à revista Crusoé
A PEC abre espaço fiscal de R$ 91,6 bilhões para o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, o que viabiliza o lançamento do Auxílio Brasil de R$ 400, em ano eleitoral com possível candidatura do chefe do Executivo à reeleição. O texto precisa passar ainda por um segundo turno de votação na Câmara antes de ir para o Senado. Ciro pede para que o PDT vote contra a PEC no segundo turno.
"Insatisfação de Ciro é compreensível"
Lupi afirmou ao colunista do UOL Chico Alves que "é compreensível a insatisfação dele [Ciro], porque a aprovação dessa PEC é como dar um cheque em branco para Lira e Bolsonaro". Ele completou dizendo que ainda não conversou com Ciro e pretende procurá-lo para tentar acalmar a situação.
Segundo o presidente da sigla, a votação dos deputados do partido a favor da PEC aconteceu porque os parlamentares "se sentiram pressionados". "Meu papel agora é botar água nessa fervura", declarou ao UOL.
À revista, Lupi reforçou que tentará conversar com os deputados que votaram a favor da PEC para mudarem os seus votos no segundo turno da votação. Disse também que esses votos não fazem sentido, já que o PDT se coloca como oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
"Não adianta só se dizer oposição. Tem que fazer e mostrar que é oposição. Entendo que faltou essa avaliação aos deputados do partido nessa votação específica, pois foi dado um cheque em branco a um governo que tanto criticamos. Foi um erro. Estou trabalhando para fazer com que deputados que votaram a favor da PEC mudem de postura no segundo turno da votação. Todo mundo pode mudar de voto", explicou.
O dirigente da legenda ainda revelou que, antes do início da votação da PEC, pediu ao líder do partido na Câmara, Wolney Queiroz (PE), e ao deputado André Figueiredo (CE) que organizassem a bancada para o voto contrário ao projeto. Apesar disso, Wolney e André votaram a favor do texto (confira aqui os votos de todos os deputados).
"Meia hora antes da votação, eles me disseram que fizeram uma reunião e decidiram votar a favor. Disseram que tinham conseguido avançar em alguns pontos. Eu alertei que era um erro e que teria grande consequência", ponderou.
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