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Lula ameniza críticas a Cuba e diz que Moro 'sem toga' é candidato como ele

O ex-presidente Lula se reuniu com o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez - Reprodução: Ricardo Stuckert
O ex-presidente Lula se reuniu com o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez Imagem: Reprodução: Ricardo Stuckert

Do UOL, em São Paulo

21/11/2021 08h11Atualizada em 21/11/2021 14h28

O ex-presidente Lula (PT) disse em entrevista ao jornal espanhol El País que Sergio Moro, "sem proteção da toga de juiz", é candidato como ele. O petista ainda chamou de "desajuste emocional" da humanidade as eleições dos presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, e Jair Bolsonaro, no Brasil.

Lula não confirmou se será candidato às eleições presidenciais de 2022, mas disse que "não está preocupado" com uma possível candidatura o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).

"Não estou preocupado. É ele que precisa ficar preocupado. Sem a proteção da toga de juiz e sem a proteção do Código Penal, será candidato como eu, como cidadão comum. E, nesse caso, é muito mais fácil", disse o ex-presidente.

Na entrevista, ele voltou a criticar o atual presidente brasileiro. "Bolsonaro é mentiroso, não entende a economia, não entende os problemas sociais", afirmou. Para ele, as eleições de Bolsonaro e Trump foi "um momento de anomalia na política mundial".

"O eleitor brasileiro votou em Bolsonaro pelas mesmas razões que o eleitor americano votou no Trump. Foi um momento de desajuste emocional de uma parte da humanidade. Como com o Vox aqui. Aconteceu no mundo todo", afirmou, citando o Vox, partido de extrema-direita espanhol.

O petista comentou também a proibição de manifestações nesta semana em Cuba. Um protesto convocado por organizações sociais na segunda-feira, tendo a mudança política na ilha como pauta, foi considerada ilegal e acabou esvaziada. Os organizadores atribuíram o fracasso da iniciativa ameaças de prisão e atos de intimidação por parte de autoridades cubanas.

"Essas coisas não acontecem só em Cuba, mas no mundo inteiro. A polícia bate em muita gente, é violenta. É engraçado porque a gente reclama de uma decisão que evitou os protestos em Cuba, mas não reclama que os cubanos estavam preparados para dar a vacina e não tinham seringas, e os americanos não permitiam a entrada de seringas. Eu acho que as pessoas têm o direito de protestar, da mesma forma que no Brasil. Mas precisamos parar de condenar Cuba e condenar um pouco mais o bloqueio dos Estados Unidos", concluiu Lula.

Ontem, Lula esteve em Madri, na Espanha, onde foi convidado para falar em um evento do partido espanhol de esquerda Podemos.

O petista está em uma viagem pela Europa e já discursou no Parlamento Europeu, em Bruxelas, se encontrou com líderes políticos, como os presidentes Emmanuel Macron, da França; Pedro Sánchez, da Espanha; e o futuro chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.