Pressão de Kassab causa racha entre Pacheco e Lira no 'orçamento secreto'
A mudança de postura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a publicidade de atos e emendas do chamado "orçamento secreto" já executadas pela União, se deu após pressão de integrantes do PSD ligados ao presidente da legenda, Gilberto Kassab.
Na sexta-feira (3) passada, o senador, que também é presidente do Congresso, estabeleceu um prazo de 180 dias para que a Comissão Mista de Orçamento divulgue os nomes dos parlamentares beneficiados pelas emendas já executadas.
O novo posicionamento de Pacheco sobre a publicidade nos recursos do "orçamento paralelo", que somam mais de R$ 23 bilhões em 2021, irritou o presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem defendido transparência só para empenhos futuros.
Na segunda-feira passada (29), o Congresso havia decido manter em funcionamento o orçamento secreto, com repasses bilionários para redutos eleitorais dos parlamentares, sem mostrar quem apadrinhou essas verbas nos dois últimos anos — na prática, os recursos poderão superar R$ 16 bilhões no ano eleitoral de 2022.
Mudança de postura
Após a tentativa de descumprir a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber de suspender o pagamento dos valores destinados às emendas de relator, até que o Congresso torne mais transparente os valores destinados por meio das também chamadas "emendas RP-9", Pacheco começou a ser pressionado por integrantes de seu partido.
Por uma tentativa de proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT para as eleições de 2022, e com a esquerda, Kassab decidiu se posicionar internamente no PSD contra a turbulência criada em torno do orçamento secreto, ainda que partidários sejam beneficiados com emendas.
Mesmo Pacheco sendo o pré-candidato anunciado pelo PSD à corrida presidencial, Kassab ainda tenta filiar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ao partido. Com a possível adesão do hoje tucano, o presidente do PSD negociaria com Lula a vaga de vice-presidente na possível composição de uma chapa presidencial com o PT.
A opção ainda está sendo tratada como "plano B" entre os assessores mais próximos de Kassab, mas a ideia afetaria diretamente Pacheco, que se filiou ao PSD, no fim de outubro, com discurso de candidato.
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