Botelho: Bolsonaro pode ser processado se algo ocorrer a técnicos da Anvisa
O presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser responsabilizado criminalmente se algum servidor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sofrer agressões físicas, afirmou o colunista Augusto de Arruda Botelho durante participação no UOL News.
Após a aprovação do uso da vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, Bolsonaro ameaçou divulgar nomes dos profissionais envolvidos na decisão. Os nomes dos técnicos responsáveis pela resolução, no entanto, são de domínio público. Servidores e diretores da agência já relatam ameaças e temor de represálias.
"Fico preocupado com a integridade física dessas pessoas. Será que o presidente tem noção de que esse tipo de ação — principalmente porque sabemos que seus apoiadores têm cometido atos de violência contra jornalistas — não é algo que se pode deixar restrito às redes sociais? Não é um cancelamento", disse Arruda Botelho.
"Portanto, Bolsonaro tem que ter o mínimo de consciência de que um ato irresponsável desse pode custar a integridade física de alguém e que certamente ele poderá ser responsabilizado caso alguma coisa aconteça", completou o advogado.
Hoje, a PF (Polícia Federal) abriu novo inquérito para investigar as ameaças feitas a servidores da Anvisa. A informação foi confirmada pela própria instituição à reportagem do UOL. A investigação, no entanto, corre sob sigilo.
Após a fala do presidente da República, as pessoas subiram o tom nas ameaças. Nas redes sociais, as redes bolsonaristas que já atacavam os imunizantes, divulgaram fotos e dados dos funcionários da Anvisa, relataram os servidores em reportagem do "Fantástico."
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