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'Bolsonaro usa a filha como instrumento político', diz Sakamoto

Do UOL, em São Paulo

27/12/2021 20h16

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto disse nesta segunda-feira (27), durante o UOL News, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem usado a filha Laura como instrumento político para impedir a vacinação de crianças de 5 a 11 contra a covid-19.

Bolsonaro disse nesta manhã que Laura não será vacinada. "Se o presidente da República não se importa com a qualidade de vida ou mesmo com a vida de sua filha, é uma pena. Se o presidente da República não se importa com a vida da sua família, também é uma pena. Ele não deveria condenar as outras crianças do país à mesma situação trágica à qual ele condena sua própria filha," criticou Sakamoto.

O UOL News Ministério da Saúde também repercutiu a informação de que o Ministério da Saúde deve começar a vacinar as crianças de 5 a 11 anos em janeiro de 2022, caso a pasta mantenha sua recomendação atual após o fim da consulta pública sobre o tema. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a imunização dessa faixa etária em 16 de dezembro.

A pasta comandada por Marcelo Queiroga defende a imunização apenas com prescrição médica. "Quem é rico consegue facilmente uma prescrição pela internet. E quem é pobre vai ter que bater na porta do posto de saúde? Vai ter que perder um dia de trabalho? O filho ou a filha vai acabar não se vacinando", prosseguiu Sakamoto.

Segundo ele, o posicionamento do Ministério da Saúde de liberar a vacinação apenas sob pedido médico está de acordo com que Bolsonaro e os seguidores do presidente desejam. Mais de 300 crianças com idade entre 5 e 11 anos morreram de covid-19 desde o início da pandemia.

"A recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial da pasta declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo ministro da Saúde em manifestações públicas", diz nota do Ministério.

A consulta pública, que fica ativa até 2 de janeiro, tem sido criticada por especialistas, que argumentam ser esse um assunto técnico, já aprovado pela Anvisa e também da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19