Moraes prorroga por mais 90 dias inquérito que apura interferência na PF
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes prorrogou por mais 90 dias o prazo para inquérito que investiga suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro (PL) na PF (Polícia Federal). O processo foi aberto em 2020 a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). O prazo atual se encerraria no dia 27 de janeiro.
Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de janeiro de 2022), o presente inquérito. Publique-se. Trecho da decisão de Moraes, em 5 de janeiro
Aberta em abril de 2020, a investigação foi motivada por denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo do inquérito já foi prorrogado várias vezes, sendo a última em outubro.
Também em outubro, Moraes já havia determinado que a PF tomasse o depoimento do presidente em até 30 dias. Bolsonaro atendeu a decisão e prestou depoimento no dia 3 de novembro. Na ocasião, ele reiterou que nunca interferiu no trabalho da corporação.
Segundo Bolsonaro, a substituição do delegado Maurício Valeixo foi solicitada a Moro devido à "falta de interlocução que havia entre o presidente da República e o diretor da Polícia Federal". Embora não tivesse nenhuma insatisfação com o trabalho do então diretor, o presidente declarou que sugeriu o nome do delegado Alexandre Ramagem, que fez sua segurança durante a campanha eleitoral de 2018.
De acordo com o depoimento, Moro teria concordado com a troca, "desde que ocorresse após a indicação do ex-ministro da Justiça à vaga no Supremo Tribunal Federal".
Abertura de inquérito
O inquérito sobre a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF foi aberto pelo STF, atendendo ao pedido foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) após declarações de Moro, que acusou Bolsonaro de ter trocado o comando da instituição para ter acesso a investigações.
As declarações do ex-ministro foram feitas ao deixar o ministério da Justiça. Segundo Moro, o estopim para sua saída da pasta foi a demissão do delegado Maurício Valeixo, que havia sido escolhido por ele para a direção-geral da corporação.
Em maio de 2020, quando prestou depoimento no âmbito do inquérito, Moro afirmou que Bolsonaro "pediu" a ele o controle da superintendência da PF no Rio de Janeiro, que tem apurações que esbarram no presidente e em sua família. O presidente, porém, sempre negou as acusações.
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