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PSB diz que PT apoiará Freixo no RJ; disputa entre França e Haddad continua

PT deve apoiar candidatura de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro - Ricardo Stuckert, Instituto Lula
PT deve apoiar candidatura de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro Imagem: Ricardo Stuckert, Instituto Lula

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em Alagoas

21/01/2022 16h45Atualizada em 24/01/2022 13h52

De olho na federação partidária, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, disse ao presidente do PSB, Carlos Siqueira, que o Partido dos Trabalhadores abrirá mão de uma eventual disputa no Rio de Janeiro para apoiar o pré-candidato ao governo fluminense Marcelo Freixo.

O UOL apurou junto ao PSB que Hoffmann declarou ontem, durante uma reunião realizada com Siqueira que, embora o nome do presidente da Assembleia do Rio, o petista André Ceciliano, seja cotado para o pleito estadual, o PT apoiará Freixo, pré-candidato pessebista e líder nas pesquisas de intenções de votos.

As siglas se reuniram para decidir sobre a federação, que engloba ainda o PCdoB e o PV, mas não chegaram a um acordo. Ao colunista Chico Alves, do UOL, Gleisi Hoffmann disse que o encontro serviu para estabelecer um calendário entre os partidos.

"Tivemos uma reunião com o PSB que foi boa, estabelecemos um calendário de reuniões para a construção da federação, mas o problema é o tempo", contou, ressaltando que eles vão ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para estender o prazo até junho, mês em que acontecerá as convenções partidárias — atualmente, o TSE definiu que as federações sejam formadas até 1º de março.

Parceria em SP ainda é incerta

Se as legendas chegarem a um aparente consenso no Rio de Janeiro, ainda haverá impasse sobre as candidaturas do ex-prefeito Fernando Haddad e do ex-governador Márcio França em São Paulo. Porém, a tendência é que uma pesquisa seja realizada no estado e o pré-candidato mais bem avaliado será escolhido para o pleito.

"Em São Paulo, não houve definição. A tendência é que um dos dois [Haddad e França] saia como candidato e o outro abra mão, mas ainda estão avaliando os critérios e uma pesquisa deve ser feita para ver quem tem mais chances de vencer o PSDB", disse a fonte, ressaltando que, caso não haja acordo, ambos os pré-candidatos podem formalizar suas respectivas candidaturas.

Outro tópico delicado para a aliança entre o PT e o PSB está na disputa pelos governos de outros estados. Ontem, na reunião, os partidos retomaram essa conversa e, conforme o UOL apurou, eles entraram em acordo da seguinte forma: nos estados em que o PSB já governa, o PT dará apoio, e vice-versa.

"Ainda não houve tomada de decisão sobre a federação. No entanto, [eles] entraram em alguns acordos, em alguns estados onde os partidos já governam. Por exemplo: o PSB governa o Espírito Santo e Pernambuco, então se o PSB tiver candidato nesses dois estados que ele já governa, o PT abriria mão para apoiar os candidatos do PSB. E a mesma coisa vale para outros estados em que o PT já tem governador."

Procurado pelo UOL, o PT não se manifestou. Caso responda, esta matéria será atualizada.

Nesta semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em entrevista que o PT tem dois nomes para disputar o governo em Pernambuco: o senador Humberto Costa e a deputada federal Marília Arraes. Contudo, o líder petista salientou que, caso o PSB defina um candidato para a disputa estadual, Costa e Arraes "estão fora".

"O PT mantém sua afinidade com o PSB. O PSB tem o direito de lançar candidato em Pernambuco. É o estado onde a direção é mais forte", declarou.

Na mesma entrevista, Lula garantiu que o partido não tem candidato no Espírito Santo e que deverá apoiar o PSB. A declaração aconteceu após o nome do senador Fabiano Contarato, que deixou a Rede e migrou para o PT, ter sido cotado para o Executivo capixaba.

"Não temos candidato no Espírito Santo. Quando Contarato entrou no PT para ser candidato, foi dito a ele que estávamos conversando com o PSB, que seria prazeroso ter ele, mas não para ser candidato", pontuou.

As declarações, que mostram uma flexibilização do PT na disputa eleitoral, ocorrem dias após Carlos Siqueira criticar o que chamou de "visão exclusivista" do PT. Ele afirmou que isso precisa "ser superado", pois só assim será possível "unir a esquerda" e também "ampliar o centro".