TJ-RJ determina afastamento de deputado da Alerj por organização criminosa
O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) determinou o afastamento do deputado estadual Wanderson Gimenes Alexandre (SDD-RJ), também conhecido como Anderson Alexandre, de seu cargo na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Ele é suspeito de cometer crime de responsabilidade e por integrar uma organização criminosa.
O pedido para afastamento foi feito pelo MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro). Em nota enviada ao UOL, o parlamentar afirma que segue no exercício do mandato e que a "denúncia é requentada".
Segundo a denúncia, enquanto ocupou o cargo de prefeito de Silva Jardim (RJ), entre 2013 e 2016, "Anderson e outras sete pessoas se organizaram de modo estruturado para desviar recursos municipais em proveito próprio".
As investigações demonstraram que os oito denunciados, liderados pelo político e aproveitando-se da sua qualidade de prefeito à época, nomearam ao menos 54 "funcionários fantasmas" para ocuparem funções comissionadas na prefeitura municipal. O rombo nos cofres públicos é estimado em R$ 1.023.868,62.
A denúncia também relata que, nos meses de agosto e novembro de 2016, um advogado e um ex-procurador-geral do município orientaram ao menos 32 servidores nomeados de forma indevida, dentro da procuradoria-geral do município, para que ficassem em silêncio em seus depoimentos junto ao MP-RJ, embaraçando assim as investigações sobre o desvio de dinheiro perpetrado por eles.
Além de receber a denúncia, tornando-os réus, a Vara de Combate ao Crime Organizado do TJ-RJ determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 1.023.868,62, em desfavor de todos os envolvidos no esquema criminoso e os proibiu de acessar ou frequentar quaisquer repartições públicas do município de Silva Jardim, "evitando que exerçam nova influência sobre as testemunhas", segundo o Ministério Público.
Leia na íntegra a nota completa enviada pela assessoria do parlamentar:
"O deputado jamais praticou atos ilícitos, nunca foi condenado criminalmente em nenhuma instância e tem a convicção de que será feita justiça. Anderson Alexandre permanece no exercício do mandato conferido pela Assembleia Legislativa do Rio, uma vez que juiz de primeira instância não tem competência para examinar qualquer ação penal referente a deputado estadual.
O deputado reitera que a denúncia é requentada, ressurge em todo ano eleitoral, na tentativa de difamar o deputado junto ao eleitorado. É mais uma tentativa de espetacularização e criminalização da política, contudo não vai prosperar, pois confia na justiça."
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