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Atrás nas pesquisas, Bolsonaro ataca Lula, Dilma e PT

Bolsonaro alegou que numa eventual volta do PT ao governo federal, Lula aceitaria indicações de partidos para cargos em estatais - Alan Santos
Bolsonaro alegou que numa eventual volta do PT ao governo federal, Lula aceitaria indicações de partidos para cargos em estatais Imagem: Alan Santos

Do UOL, em São Paulo*

31/01/2022 13h25

O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou hoje em evento da Petrobras e atacou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, assim como o partido dos dois, o PT. De acordo com as pesquisas eleitorais divulgadas na semana passada, Bolsonaro aparece em segundo lugar nas intenções de voto, atrás de Lula.

Bolsonaro alegou que numa eventual volta do PT ao governo federal, Lula aceitaria indicações de partidos para cargos em estatais, algo que ele afirma que não faz. O presidente também aproveitou para especular sobre quem seriam os ministros de Lula.

"Alguém acha que em governos do PT o Tarcísio seria ministro?", questionou Bolsonaro, embora o atual ministro tenha assumido cargos de confiança nos governos do PT. "Alguém acha que se o cara voltar, o (ex-ministro) José Dirceu não vai pra Casa Civil? Que a Dilma não vai para a Defesa? Ela é mandona. E os demais ministérios seriam rateados entre os partidos novamente, ou não seriam?".
Presidente Jair Bolsonaro (PL)

Na última semana, Lula descartou a possibilidade de Dilma ocupar um cargo em seu futuro governo, caso seja eleito. Em entrevista à Rádio CBN Vale, Lula afirmou que pretende montar um governo com "gente nova" e que Dilma "não tem a paciência que a política exige".

Apesar do discurso claramente político, Bolsonaro disse: "Não estou fazendo campanha para mim. Mas é inadmissível pensar que aquele bandido voltando para cá vai atingir os anseios da nossa população. Isso não é verdade". Ele argumentou que pessoas próximas ao ex-presidente querem rever reformas e "retomar as armas legais que a população passou a ter".

A pesquisa Modalmais/Futura Inteligência divulgada no dia 26 de janeiro apontou uma vitória de Lula sobre Bolsonaro por 50,4% a 37,8% em um eventual segundo turno entre os dois.

Publicada dois dias depois, a pesquisa XP/Ipespe mostra um cenário de segundo turno ainda mais favorável para Lula, que venceria Bolsonaro com 54% a 30%.

Bolsonaro voltou a criticar medidas de restrição contra covid

Em seu discurso evento na Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Gaslub, novo nome do Comperj, refinaria da Petrobras em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, Bolsonaro também voltou a fazer falsas alegações a respeito da pandemia de covid-19.

Em abril de 2020, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que estados e municípios têm competência para determinar medidas restritivas durante a pandemia de covid-19. A decisão do Supremo, porém, não impede o governo federal de atuar em relação à pandemia, como Bolsonaro vem reafirmando desde então e como voltou a falar na manhã de hoje:

"No mundo todo, quem parte para a ditadura é o chefe do Executivo. Aqui é o contrário, é o chefe do Executivo quem resiste. E é responsabilizado por tudo. Estamos há dois anos com a pandemia, quando tiraram meu direito de gerir. Lamentamos as mortes por covid-19, mas a vida continua", disse o presidente.

Da unidade da Petrobras em Itaboraí, o presidente seguirá para o Porto do Açu, no litoral norte fluminense. Lá, participará de mais uma cerimônia, o lançamento da pedra fundamental das obras da Usina Termelétrica Gás Natural Açu II, que ficará com complexo industrial do porto.

*Com Estadão Conteúdo e Reuters