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Bolsonaro diz que visitará SP na quarta; mais de 20 morreram após chuvas

Do UOL, em São Paulo *

31/01/2022 11h00Atualizada em 31/01/2022 13h40

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que visitará São Paulo na próxima quarta-feira (2), tendo em vista as chuvas que atingem o estado desde a última sexta-feira (28) e já deixaram mais de 20 mortos.

Em discurso em uma cerimônia em Itaboraí (RJ), Bolsonaro disse que irá ao estado com o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos).

Mais cedo, em entrevista, o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o governo federal poderá liberar recursos para os municípios atingidos, se for acionado.

Ontem, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a liberação de R$ 15 milhões para os municípios afetados pelas chuvas.

Na ocasião do anúncio, o governador relacionou as chuvas com as mudanças climáticas e cobrou apoio do governo federal: "Os impostos que os munícipes pagam em todas as cidades afetadas também vão para o governo federal."

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta comandada por Rogério Marinho (PL), o secretário nacional da Defesa Civil, Alexandre Lucas, irá hoje a São Paulo para acelerar a ajuda federal às cidades atingidas.

Ontem à noite, o mesmo ministério lançou nota condenando João Doria pelo "uso político da tragédia", tendo em vista as cobranças do governador. Na ocasião, a pasta disse que não havia recebido "nenhuma solicitação de recursos".

Chuvas em SP

Ao menos 21 pessoas morreram em decorrência das chuvas que atingem SP desde a madrugada de ontem, segundo a Defesa Civil do estado. Também há 660 famílias desabrigadas ou desalojadas, e 11 pessoas ainda estão desaparecidas.

A principal região do estado afetada pelas chuvas é o noroeste da Grande de São Paulo, onde estão localizadas as cidades de Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato e Várzea Paulista.

Foram registradas 5 mortes em Franco da Rocha, 5 em Várzea Paulista, 4 em Francisco Morato. As restantes ocorreram em Embu das Artes (3), Arujá (1), Itapevi (1), Jaú (1) e Ribeirão Preto (1).

Dos R$ 15 milhões prometidos ontem por João Doria aos municípios, R$ 5 milhões irão para Franco da Rocha, e R$ 2 milhões serão destinados a Francisco Morato.

Na cidade que mais receberá recursos do estado, a prefeitura, a Câmara de Vereadores, o fórum e três delegacias locais ficaram inundadas. O gabinete do prefeito Nivaldo Santos (PSDB) precisou mudar de local temporariamente por causa dos estragos.

Críticas na BA

Em dezembro, quando o sul Bahia foi atingido por chuvas que provocaram enchentes e destruíram estradas, Bolsonaro visitou a região para ver de perto a situação — mas a ida ao estado acabou se transformando em um ato com apoiadores.

Em Itamaraju (BA), Bolsonaro acenou em carro aberto, tirou selfies com apoiadores e fez transmissões ao vivo nas redes sociais. No município, a equipe da TV Bahia, afiliada da TV Globo, chegou a relatar agressões por parte de seguranças do presidente.

Em uma entrevista coletiva concedida depois de visitar a cidade, Bolsonaro aproveitou para atacar o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e as medidas de distanciamento social impostas por outros gestores estaduais para conter a pandemia de covid-19.

"Também tivemos uma catástrofe no ano passado, quando muitos governadores, inclusive o da Bahia, fecharam o comércio e obrigaram o povo a ficar em casa", declarou.

No dia seguinte, em entrevista ao UOL News - Manhã, programa do Canal UOL, Rui Costa criticou o "ato político" de Bolsonaro e chamou de "ridícula" a liberação do FGTS (Fundo de Garantia e Tempo de Serviço) à população afetada pelas enchentes.

"Se não fosse trágico, era piada. FGTS pertence ao cidadão. O que ele está liberando é dinheiro do cidadão", criticou Rui Costa. "Bolsonaro não tem nenhum sentimento de humanidade, de empatia."

* Com informações da Reuters

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.