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Não vou dizer que não aceito missões, diz Kassab sobre ser ministro de Lula

Gilberto Kassab, secretário licenciado da Casa Civil do governo João Doria (PSDB) e presidente nacional do PSD (Partido Social Democrático), durante entrevista na sede do PSD no centro de São Paulo - Avener Prado/Folhapress
Gilberto Kassab, secretário licenciado da Casa Civil do governo João Doria (PSDB) e presidente nacional do PSD (Partido Social Democrático), durante entrevista na sede do PSD no centro de São Paulo Imagem: Avener Prado/Folhapress

Colaboração para o UOL

03/02/2022 00h47

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, falou hoje que não vai dizer que não aceita missões ao ser questionado se aceitaria o cargo de ministro de um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita durante entrevista ao programa Em Foco, da GloboNews.

Kassab, que foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff (PT) e ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações durante o governo Temer, afirmou, no entanto, que hoje está "muito feliz e realizado".

"Eu me sinto uma pessoa feliz como dirigente partidário e ajudando a fortalecer a democracia brasileira. A minha percepção é que vou continuar feliz fazendo o que eu faço por mais alguns anos", afirmou.

Na entrevista, o político também falou sobre a corrida eleitoral deste ano. Ele ressaltou que o PSD é a favor de uma candidatura própria para a Presidência da República, e o plano A, B e C da legenda é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Por este motivo, explicou Kassab, o partido não vai apoiar o ex-presidente Lula no primeiro turno. Caso Pacheco não vá para o segundo turno, acredita que a grande maioria do PSD estará com o petista.

Geraldo Alckmin

Sobre a possibilidade do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ser lançado como vice na chapa de Lula, Kassab vê como estratégia do petista ampliar o seu espaço eleitoral.

"Esse é o caminho que Lula tenta fazer quando procura o PSD, o Renan Calheiros, o MDB, a Simone Tebet. Ele está fazendo o papel dele como candidato", avaliou.

Kassab também falou sobre a possibilidade do ex-tucano ir para o PSD. "Alckmin abraçou o projeto Lula e o PSD abraçou o projeto de candidatura própria. Dessa forma, fica um pouco incompatível ter um filiado que está abraçado com um projeto que não é o projeto do partido. Essa é a única razão de não ter afiliação com Alckmin."

Além de dizer que o projeto eleitoral de Alckmin é incompatível com o do PSD, Kassab falou que o ex-governador de SP pediu apoio da legenda para ser governador e depois mudou de ideia.

Terceira via

Durante a entrevista, Kassab também falou sobre a terceira via para a eleição deste ano. Ele vê o presidente Jair Bolsonaro (PL) numa situação de muito desgaste, especialmente por conta da condução da pandemia de covid-19. Por outro lado, disse que a rejeição do presidente não é tão expressiva assim e, por isso, ele ainda tem condições de chegar no segundo turno.

"Para surgir [uma terceira via] com chances concretas nesse momento era importante que Bolsonaro caísse mais um pouco [nas pesquisas], o que não está ocorrendo. Mas sou daqueles que acredita que a terceira via pode ser um bom caminho para o Brasil", disse.

Na avaliação de Kassab, Lula irá para o segundo turno, e o caminho da terceira via é que Bolsonaro não vá. "Assim [a terceira via], passa a ter uma chance muito grande de vencer as eleições. A terceira via é muito mais competitiva que o presidente Bolsonaro."