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Paes sobre relação com governo Bolsonaro: Ou você é capacho ou é maltratado

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes - Beth Santos/Prefeitura do Rio
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes Imagem: Beth Santos/Prefeitura do Rio

Do UOL, em São Paulo

03/02/2022 08h38

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), classificou, em entrevista ao jornal O Globo, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) como "muito ideológico e partidário".

Questionado sobre como é a interlocução com o governo federal, Paes respondeu que "ou você é capacho ou é meio maltratado", e disse estar confortável na sua posição de maltratado.

Para o prefeito, no entanto, o fato de ele e o presidente não terem uma relação amistosa não pode interferir na relação do governo com a cidade.

Esse governo Bolsonaro é muito ideológico e partidário. Ou você é capacho ou é meio maltratado. Mas estou confortável na minha posição de maltratado. A mim não tem problema. Só não maltrate a minha cidade. A gente tem que ser republicano nessas horas. Tem de tratar bem todos os níveis de governo, independentemente da posição eleitoral Eduardo Paes

No ano passado, Bolsonaro chamou Paes de "projeto de ditador" por obrigar os servidores do município a se vacinarem contra a covid-19.

Em resposta, o prefeito do Rio afirmou que, na cidade, "nós não dialogamos com a morte, como parece fazer o presidente da República permanentemente desde que a pandemia começou".

Leilão do Santos Dumont

Durante a entrevista ao jornal, Paes também disse se que se não houver um edital que proteja os interesses da cidade no leilão do aeroporto Santos Dumont, o investidor que arrematar o terminal "não terá vida fácil".

Na última segunda-feira (31), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que o aeroporto será leiloado isoladamente, após mudanças promovidas por grupo de trabalho em resposta a queixas do governo do Rio de Janeiro.

Ele disse que a prefeitura vai manter representação junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) contra o edital de leilão enquanto não estiver assegurada uma restrição ao número de voos no Santos Dumont. A medida visa evitar o esvaziamento do Galeão, aeroporto internacional da cidade, e importante para abastecer a indústria com o transporte de cargas.

"O Galeão tem importância estratégica e econômica para a cidade. Deve ser priorizado. O Santos Dumont é charmosinho, tem lindo visual. É muito fofo, mas não pode ser o que norteia as decisões", disse Paes.