Bolsonaro minimiza críticas por uso do cartão corporativo: 'Gasto é grande'
Investigado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) para esclarecer os gastos do cartão corporativo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou as críticas que recebeu por isso. Para se justificar, o chefe do Executivo comparou seu governo com o da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em conversa hoje com apoiadores, Bolsonaro afirmou: "Meu gasto é grande, sim". Além disso, o presidente estimou que gastará cerca de R$ 300 mil em dois dias, amanhã e quarta-feira, quando estiver viajando pelo Nordeste para a inauguração do trecho final da transposição do Rio São Francisco.
"Quase tudo aqui é financiado com o cartão corporativo. Eu posso ir ao Nordeste com dois seguranças? Não, tem que ir 50", falou e emendou que precisa arcar com os custos de combustível, alimentação e hospedagem de sua comissão em viagens.
O chefe do Executivo também respondeu críticas de que gastaria o dinheiro para tirar férias, falando que é obrigado a "ficar dentro do quartel, com segurança".
Comparação com Dilma
Segundo Bolsonaro, as críticas sobre seus gastos no cartão corporativo surgiram quando um senador "pegou dois anos da Dilma, dois do [Michel] Temer e três do meu", verificando que "deu um pouco a mais do meu lado".
"Só que Dilma viajava para onde? Para inaugurar o quê? Não fizeram nada. Inauguravam o quê? Gastavam com segurança com ela? Ninguém estava atrás de fazer uma besteira com ela
Bolsonaro defende trabalho infantil
Na mesma conversa com apoiadores, o presidente chegou a defender que criança tem que trabalhar. Ao ouvir de uma apoiadora que o filho dela não pode mais trabalhar em um colégio agrícola, Bolsonaro disse que isso é consequência do que chamou de "geração Paulo Freire".
"Se a criança for fumar uma pedra de crack, ninguém dá a mínima. Agora, se ela for trabalhar, dá até problema. Estamos com uma geração Paulo Freire no mercado".
Paulo Freire foi um pedagogo brasileiro conhecido e aclamado no mundo inteiro. É considerado também o patrono da educação brasileira. Desde que assumiu como presidente, Bolsonaro e seus aliados fazem duras críticas ao educador. Por englobar o contexto social e provocar questionamentos, a pedagogia de Freire é inerentemente política.
Atualmente, o texto constitucional permite trabalho formal de jovens apenas a partir dos 16 anos. Entre 14 e 16 anos, pelas regras atuais, o jovem só pode atuar na condição de aprendiz. Como aprendiz, ele pode trabalhar até 6 horas por dia.
Bolsonaro mencionou, aos risos, de que a ameaça mais recente contra sua vida veio de "um blogueiro de Rio Grande do Norte dando as dicas de como me envenenar, já foi localizado, autuado".
O publicitário, que fez um post pedindo para que alguém envenenasse o presidente durante a viagem dele para o Nordeste, foi ouvido hoje pela Polícia Federal, conforme o UOL apurou.
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