Virgílio acusa Aécio de fazer campanha no PSDB para Doria não ser candidato
O ex-prefeito de Manaus e uma das lideranças do PSDB, Arthur Virgílio Neto, acusou o deputado federal Aécio Neves de fazer campanha interna no partido contra a candidatura do governador de São Paulo, João Doria, à presidência da República.
Em uma publicação no Twitter, Virgílio Neto disse que a atitude de Aécio "revela incoerências" do parlamentar e de seus aliados no partido.
O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa do deputado Aécio Neves e aguarda retorno.
"Essa campanha interna contra João Doria, liderada pelo inefável Aécio Neves e seguida por companheiros valorosos, revela incoerências. Querem substituir a sua candidatura pela de Simone Tebet (MDB), que vem atrás do governador nas pesquisas", escreveu o ex-prefeito da capital do Amazonas.
O comentário foi feito por Virgílio Neto dois dias após caciques do PSDB re reunirem para debater alternativas à candidatura de Doria ao Palácio do Planalto.
O motivo para uma ala considerar tirar o nome do paulista do páreo presidencial é o seu baixo desempenho nas pesquisas eleitorais. Doria tem oscilado em torno de 4% das intenções de voto nos levantamentos realizados por institutos de pesquisa e ainda não decolou como o esperado.
O encontro para debater a respeito do futuro de Doria foi realizado na terça-feira (8) à noite e teve a presença de nomes como os de Aécio, do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do senador licenciado Tasso Jereissati (PSDB-CE) e do ex-senador José Aníbal (PSDB-SP).
Nos bastidores, Aécio tem defendido que o PSDB não tenha candidatura própria à presidência da República para que o partido direcione os recursos aos demais correligionários que serão candidatos nas eleições de outubro, segundo relato feito ao UOL.
Ao jornal O Estado de São Paulo, Eduardo Leite afirmou que a principal preocupação da cúpula do PSDB em relação a Doria é a alta rejeição que o governador paulista possui.
"Mais que o baixo desempenho nas pesquisas, apesar da intensa exposição, especialmente pós-previas, o que mais preocupa a esses líderes do partido é a altíssima e persistente rejeição que o candidato escolhido tem no seu próprio estado, a 45 dias de deixar o mandato", disse.
Pressionado pela ala ligada a Aécio, Doria reagiu e disse que a reunião foi um "jantar de derrotados", em entrevista à Rádio Eldorado. Ele garantiu que vai continuar na disputa. O atual governador de São Paulo venceu as prévias do partido em novembro, disputando justamente contra Eduardo Leite, que era seu principal adversário, e Arthur Virgílio, que era considerado um azarão da disputa.
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