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Jantar de derrotados, diz Doria sobre tucanos contrários à sua candidatura

Do UOL, em São Paulo

09/02/2022 11h24Atualizada em 09/02/2022 12h18

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reagiu à pressão de uma ala tucana para que ele desista de sua candidatura à Presidência da República. Ontem, o grupo se reuniu na casa do ex-ministro Pimenta da Veiga, um dos fundadores do PSDB, para discutir saídas para o partido.

Em entrevista à Rádio Eldorado, Doria classificou o encontro como um "jantar de derrotados" e garantiu que seguirá em campanha. O atual governador de São Paulo venceu as prévias do partido em novembro, mas alcança apenas 4% das intenções de votos para presidente as pesquisas.

Agora, o grupo contrário à candidatura de Doria decidiu ampliar a pressão pela sua desistência. O pré-candidato rebateu dizendo que o mau desempenho nas pesquisas são "retratos pontuais" e disse que fará uma campanha com "capacidade de dialogar" para se contrapor ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Foi um jantar de derrotados, com todo respeito. Todos eles foram derrotados nas prévias. Não me parece que cinco pessoas sentadas num jantar possam representar o PSDB. O PSDB é maior do que cinco pessoas que ali representavam derrotados.
Doria comenta encontro de ala tucana contrária a sua candidatura à Presidência

Segundo a Folha de S.Paulo, o encontro foi tratado por aliados de Doria como uma conspiração. Pimenta de Veiga, que cedeu a casa para o encontro, apoiou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nas prévias do PSDB.

"As pesquisas de agora são meros retratos pontuais e circunstanciais que não refletem uma realidade que será, sim, apontada pela população mais próximo do processo eleitoral. As pessoas agora estão preocupadas com a sua saúde, com o seu emprego, com seu salário e com comida no prato. Não estão preocupadas com eleição", disse Doria à Rádio Eldorado.

Participaram da reunião, além de Leite, os senadores José Aníbal (SP) e Tasso Jereissati (CE) e o deputado federal Aécio Neves (MG), rival de Doria na sigla.

Entre as saídas apontadas pelo grupo está a tentativa de viabilizar a candidatura de Leite, seja no PSDB ou no PSD, que está sondando o governador gaúcho, ou apoiar a senadora Simone Tebet (MS), presidenciável do MDB.

A avaliação do grupo é a de que Doria não tem nenhuma viabilidade, está caindo nas pesquisas, vai mal mesmo em estados do Sudeste e que a inquietação em relação à sua candidatura cresce no partido —afetando candidatos nos estados e a bancada federal.

O presidente do partido, Bruno Araújo, que também é coordenador da campanha de Doria, afirmou que não é o momento de cobrar desempenho do pré-candidato.

Sobre a possibilidade da chapa entre Lula e o ex-tucano e também ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, Doria criticou a aliança:

"Lamento a decisão do ex-governador de estar vinculado a Lula, alguém que ele mesmo combateu ao longo de 33 anos como bom homem público no PSDB. Eu estarei do outro lado, mas não perco o meu respeito por ele", afirmou à Rádio Eldorado.

Doria também disse que, se eleito, vai privatizar a Petrobras, transformando a estatal "em três ou quatro empresas, inclusive as refinarias".

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