Marina Silva: PL dos agrotóxicos é Bolsonaro cumprindo agenda da boiada
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) criticou a aprovação do texto-base do PL (projeto de lei) que muda as regras sobre os agrotóxicos no Brasil. Em entrevista ao UOL News realizada pela jornalista Fabíola Cidral e o colunista Josias de Souza, ela classificou o projeto como um "ataque à saúde pública, ao meio ambiente e ao funcionamento das instituições".
"Ainda que seja feito o discurso da modernização, da ciência, na verdade o que estão fazendo é tirar o Ibama e a Anvisa do processo de decisão em relação à liberação desses agrotóxicos", apontou, citando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
"É uma completa corrida do governo Bolsonaro para cumprir a agenda da boiada em todos os sentidos nesse momento."
Ontem, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 301 votos a favor e 150 contrários, além de duas abstenções, o texto que foi apelidado de "pacote do veneno" pela oposição e alvo de críticas de ambientalistas.
O projeto de lei 6299/02 altera diversos pontos sobre os agrotóxicos, como experimentação, produção, embalagem, transporte, comercialização, propaganda comercial, destino final dos resíduos, registro, classificação e fiscalização de agrotóxicos e seus componentes.
Para Marina Silva, Bolsonaro, que está na reta final do mandato eleitoral, acelera o processo de liberação dos agrotóxicos com o apoio do centrão.
"O centrão assumiu agora o lugar do Ricardo Salles, [ex-ministro do Meio Ambiente]. O deputado Arthur Lira [presidente da Câmara] é o operador que coloca todos esses projetos do retrocesso, do desmonte da legislação ambiental e do cuidado com o meio ambiente e com a saúde pública."
Os agrotóxicos são substâncias utilizadas para o controle de pragas nas lavouras, mas seus potenciais maléficos para a saúde das pessoas e do meio ambiente vêm sendo cada vez mais ressaltados e estudados. O uso de controle biológico é uma alternativa, mas ainda insuficiente para atender toda a produção agrícola mundial.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.