Randolfe ironiza defesa de Flávio Bolsonaro ao MP: 'Cliente tão assíduo'
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ironizou a defesa do colega Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Ministério Público. Pelo Twitter, ele disse que a situação é "inusitada".
"É inusitado ver o Sr. Flávio Bolsonaro defendendo o Ministério Público. Logo ele, que é um cliente tão assíduo do órgão", escreveu.
Flávio afirmou que vai abrir uma representação no Conselho de Ética do Senado contra Ranfolfe por ter sugerido o impeachment do procurador-geral da República, Augusto Aras, frente ao que ele classifica como inépcia do PGR em relação às recomendações feitas pela CPI da Covid sobre as atitudes tomadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), em meio a crise sanitária.
Em vídeo, Flávio disse ter ficado "indignado" com os "ataques" feitos por Randolfe a Aras e também ao MPF (Ministério Público Federal), e acusou o colega de tentar interferir politicamente para "impor sua vontade política e interesses pessoais sobre investigações sérias".
"Uma verdadeira interferência política sobre o Ministério Público. Vários crimes cometidos [que] configuram, sim, uma obstrução de justiça, razão pela qual vou protocolar uma representação no Conselho de Ética contra o senador Randolfe Rodrigues por ter quebrado o decoro parlamentar", afirmou Flávio.
Randolfe fala em prevaricação
Nesta semana, Randolfe Rodrigues, que foi vice-presidente da CPI da Covid, apontou prevaricação de Augusto Aras por não dar prosseguimento às ações da Comissão. Segundo o parlamentar, o pedido de deposição do PGR "está no radar" dos 17 membros do Observatório da Pandemia, "que é o herdeiro da CPI da Pandemia".
No começo do mês, Rodrigues já havia dito que vai coletar assinaturas para pedir o impeachment de Augusto Aras, após o procurador questionar as provas apresentadas pela CPI da Covid, que, segundo ele, estariam "desconexas e desorganizadas".
Ontem, em entrevista à CNN, Randolfe disse que a CPI não acabou em pizza, mas que Aras se comporta como "pizzaiolo", ao atrasar propositalmente o avanço das investigações feitas pela Comissão, que indiciou 78 pessoas, entre elas Jair Bolsonaro e mais duas empresas.
"A CPI não acabou em pizza. Quem é o pizzaiolo e está confeccionando a pizza, o endereço é na PGR. É lá que está o forno da pizza preparado", disse o parlamentar.
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