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Lira e Pacheco pedem solução diplomática para crise entre Ucrânia e Rússia

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

24/02/2022 12h45Atualizada em 24/02/2022 12h45

Os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente, afirmaram hoje que o mundo precisa de paz e pediram uma solução diplomática para a crise entre Ucrânia e Rússia. Eles não condenaram as ações de um lado específico.

"O mundo já enfrenta o luto de milhões de perdas da pandemia de covid-19. À medida que voltamos à normalidade, assistimos uma escalada sem precedentes entre Rússia e Ucrânia. Neste momento, precisamos de paz, entendimento e que as duas nações busquem os caminhos diplomáticos", escreveu Arthur Lira, em seu perfil no Twitter.

Pacheco destacou que a política externa brasileira é historicamente orientada pela busca da paz e pela solução negociada dos conflitos internacionais. Ele, como presidente do Congresso Nacional e, em nome dos senadores, disse que reafirmam a "necessidade de um diálogo amplo, pacífico e democrático com vistas a uma rápida solução negociada que contemple os legítimos interesses das partes envolvidas".

"A magnitude da atual crise e sua rápida deterioração têm potencial de impactos político, econômico e social difíceis mesmo de imaginar."

"Todavia, nossa crença na democracia, na convivência harmoniosa, no respeito aos direitos humanos e no multilateralismo consagrado pelos princípios das Nações Unidas nos leva a renovar nossa melhor expectativa no que se refere ao encaminhamento de uma solução pacífica, mutuamente acordada, para o atual conflito e condicente, portanto, com o desafio coletivo de levarmos continuamente adiante o processo de crescimento da civilização", complementou.

Comissão da Câmara repudia ataques russos

Mais cedo, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados afirmou, também em nota, que os ataques e bombardeios russos à Ucrânia violam as normas internacionais e devem ser "fortemente condenados" por governos democráticos. O colegiado afirmou ainda que "repudia, de forma veemente, os ataques perpetrados".

Na avaliação da comissão, comandada pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) é a instância adequada para a resolução pacífica dos conflitos e o Brasil deve atuar em busca da paz por meio da diplomacia.

A Rússia decidiu atacar a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, em uma ação que a Otan (Aliança Militar Ocidental) e Kiev consideraram de "invasão total".

É a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e a maior operação do gênero desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque, em 2003.

O governo brasileiro se manifestou na manhã de hoje, por meio do Ministério das Relações Exteriores, pedindo uma solução diplomática para a crise entre Rússia e Ucrânia. Não há condenação à ação russa e o presidente Jair Bolsonaro (PL) não citou a guerra em compromisso oficial nem em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.

"O governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia. O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil", disse o Itamaraty, em nota.

Segundo o Itamaraty, como membro do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica.