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Deputados de direita pedem que MPF investigue Arthur do Val por racismo

O deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) - Reprodução/Youtube/mamaefalei
O deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) Imagem: Reprodução/Youtube/mamaefalei

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

10/03/2022 18h20

Um grupo de 12 deputados estaduais e federais de direita protocolou hoje representação no MPF-SP (Ministério Público Federal de São Paulo) pedindo a investigação do deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei, por suas falas sexistas sobre mulheres ucranianas.

"Houve ciência de fatos possivelmente contrários às leis brasileiras e aos princípios universais dos direitos humanos, praticados no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia. Nesse sentido, entende-se pertinente a verificação de todos os atos que possam caracterizar qualquer tipo de preconceito racismo, discriminação ou incitação ao crime", diz a ação de autoria do deputado estadual Danilo Balas.

Procurado pelo UOL, o parlamentar não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

Além de Balas, assinam a petição os deputados estaduais Major Mecca, Frederico D'Ávila, Gil Diniz, Castello Branco, Valéria Bolsonaro e Coronel Zucco); e os federais Carla Zambelli, Major Fabiana, Capitão Alberto Neto e General Girão; pela vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr.

Políticos aliados e opositores do deputado estadual Arthur do Val têm criticado as falas sexistas do parlamentar. O político teve áudios vazados em que ele descreve as mulheres ucranianas como "fáceis porque são pobres".

Carta de Arthur do Val a Alesp. Deputado não deve concorrer a novo mandato - Carta de Arthur do Val a Alesp. Deputado não deve concorrer a novo mandato - Carta de Arthur do Val a Alesp. Deputado não deve concorrer a novo mandato
Carta de Arthur do Val a Alesp. Deputado não deve concorrer a novo mandato
Imagem: Carta de Arthur do Val a Alesp. Deputado não deve concorrer a novo mandato

Após a repercussão negativa, o deputado se distanciou do MBL (Movimento Brasil Livre), deixou Podemos, partido pelo qual era pré-candidato ao governo de São Paulo, e comunicou que não tentará reeleição na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). O parlamentar é alvo de mais de 10 ações por causa de suas falas sobre mulheres ucranianas.

Em vídeo divulgado, o deputado havia anteriormente admitido a gravidade de suas falas. "Você quer falar que os áudios são escrotos? São. São machistas? São. Essa não é a postura que as pessoas esperam de mim. Quero que você separe as ações das palavras. Eu aceito ser julgado pelo que eu falei, mas não aceito ser julgado pelo que eu não fiz", acrescentou ele.