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Jornal: Governo Bolsonaro gastou com trituradora de documentos na Rússia

Bolsonaro e Putin posam para foto após encontro no Kremlin; presidente brasileiro viajou à Rússia e Hungria - Mikhail Klimentyev / Sputnik / AFP
Bolsonaro e Putin posam para foto após encontro no Kremlin; presidente brasileiro viajou à Rússia e Hungria Imagem: Mikhail Klimentyev / Sputnik / AFP

Do UOL, em São Paulo

09/03/2022 09h30

O governo federal gastou mais de R$ 7 mil no aluguel de duas trituradoras de papéis para escritórios montados em Moscou e Budapeste para assessorar a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas viagens que ele fez à Rússia e à Hungria no mês passado. As informações foram obtidas pela coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).

Conforme a reportagem, na Rússia o valor do aluguel da máquina foi de R$ 4.517,10 e na Hungria foram gastos R$ 2.594,16. Questionados pelo jornal sobre o motivo pelo qual as ferramentas foram alugadas, o Itamaraty e o Palácio do Planalto não responderam.

Tirando os custos com a trituradora, a montagem do escritório de apoio do governo brasileiro custou R$ 56.786,40 em Moscou e R$ 41.678,17 na Hungria, conforme a publicação.

Reportagem do UOL publicada ontem mostrou que a viagem de Bolsonaro aos dois países custou aos cofres públicos ao menos US$ 250 mil (ou cerca de R$ 1,2 milhão), segundo planilhas do Ministério das Relações Exteriores obtidas pela reportagem por meio da LAI. A viagem contou com pelo menos 70 pessoas e foi realizada na semana anterior ao início da invasão da Rússia à Ucrânia.

Os dados não incluem despesas feitas pelo presidente e seu filho vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), que o acompanhou. De acordo com um dos artigos da LAI, ficam em segredo as informações que podem "colocar em risco a segurança do presidente e vice-presidente da República e respectivos cônjuges e filhos" por cinco anos ou até o término do segundo mandato presidencial, em caso de reeleição.

No dia 16 de fevereiro, Bolsonaro conversou com o líder russo, Vladimir Putin, no Kremlin, sede do governo local, e disse "ser solidário à Rússia", mas não explicou o contexto da solidariedade.

Desde o início da invasão russa, o governo brasileiro tem mantido uma posição de cautela, mas tem sido pressionado por países ocidentais a condenar o ataque à Ucrânia.