Solto há quatro meses, Daniel Silveira volta a atacar ministros do STF
Alvo de um processo no STF (Supremo Tribunal Federal) por ataques a ministros da Corte, o deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) voltou a antagonizar integrantes do STF.
Silveira, solto há pouco mais de quatro meses, falou ontem em um evento conservador em Londrina (PR), que teve a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (União-SP) e vários outros políticos bolsonaristas.
Sem citar nomes, Silveira afirmou, durante seu discurso, que o Supremo é uma Corte "deficitária de pessoas que tenham bússola moral". Segundo ele, os únicos ministros "decentes" do Tribunal são os dois indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Hoje nós temos dois nomes que são decentes e vão ser imparciais, que é o Kassio Nunes e o André Mendonça. O restante, sim, tinha que se aposentar com 60, 50, talvez nem ter entrado. Porque precisamos de pessoas sérias", afirmou.
O congressista é réu e espera julgamento no STF por ter incitado as Forças Armadas contra o Tribunal e estimulado atos de violência contra os ministros em dois vídeos publicados no ano passado.
Ele foi preso em fevereiro do ano passado, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, e a detenção foi mantida tanto pelo plenário do Supremo quanto pela Câmara. O parlamentar foi logo transferido à prisão domiciliar, mas só em novembro foi solto por Moraes para responder ao processo em liberdade.
De volta à arena política, Silveira chegou a posar para fotos, em um evento bolsonarista, com o ex-PM Fabrício Queiroz, que foi assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e peça central do escândalo das rachadinhas.
Silveira disse aos apoiadores que sua prisão foi uma arbitrariedade do Supremo, passível de ser cometida contra outras pessoas. A cena se repetirá, segundo o parlamentar, "se nós dobrarmos os joelhos e aceitarmos estas imposições que vêm através do Judiciário".
Para o parlamentar, as eleições de outubro serão as mais importantes "das próximas três décadas" porque, entre outros motivos, será necessária "para que a gente possa indicar, mais para a frente, mais dois ministros do Supremo Tribunal". Em 2023, caberá ao presidente escolher substitutos para Rosa Weber e Ricardo Lewandowski, que vão se aposentar.
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