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Mourão, sobre o golpe de 1964: 'A Nação salvou a si mesma!'

Vice-presidente, general Hamilton Mourão vai ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul - Alan Santos/PR
Vice-presidente, general Hamilton Mourão vai ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul Imagem: Alan Santos/PR

Do UOL, em São Paulo

31/03/2022 14h19Atualizada em 31/03/2022 14h24

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos), celebrou hoje, em uma publicação no Twitter, o golpe militar de 1964, que resultou na instauração de uma ditadura no Brasil. Ele escreveu na rede social que "em 31 de março de 1964 a Nação salvou a si mesma".

O Brasil viveu os momentos mais duros da sua história recente na época da ditadura militar, que durou 21 anos, entre 1964 e 1985. O período foi marcado por torturas e ausência de direitos humanos, censura e ataque à imprensa, baixa representação política e sindical, precarização do trabalho, além de uma saúde pública fragilizada, corrupção e falta de transparência.

A declaração ocorre no mesmo dia que o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o país seria uma "republiqueta" se não fossem as obras do "governo militar".

O que seria do Brasil sem as obras do governo militar? Não seria nada! Seríamos uma republiqueta.Jair Bolsonaro (PL), presidente da República

Ministério da Defesa: ditadura "fortaleceu democracia"

Na data de hoje, o golpe militar completou 58 anos. Para marcar o aniversário, o Ministério da Defesa, chefiado pelo general Braga Netto, divulgou ordem do dia dizendo que a ditadura "fortaleceu a democracia" e foi "um marco histórico da evolução da política brasileira".

"Nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização, de segurança, de crescimento econômico e de amadurecimento político, que resultou no restabelecimento da paz no País, no fortalecimento da democracia, na ascensão do Brasil no concerto das nações e na aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita pelo Congresso Nacional", escreveu o ministro.

Além disso, Braga Netto pontuou no texto que o golpe combateu "os ideais antidemocráticos da intentona comunista". Ele afirmou, ainda, que as instituições se fortaleceram e "as Forças Armadas acompanharam essa evolução".

Logo no início de seu primeiro mandato, em 2011, Dilma Rousseff (PT) determinou que o dia em questão não fosse mais "comemorado". Antes disso, entre o início da redemocratização no Brasil e o fim do segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2010, os militares sempre lembravam a data. As menções sobre o golpe voltaram a ocorrer no governo Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, inclusive, já trataram da possibilidade de uma nova intervenção militar, justificando as falas com o artigo 142 da Constituição de 1988 —que não dá às Forças Armadas a função de atuar como moderador dos outros Poderes.

Recentemente, o presidente voltou a elogiar o coronel Carlos Brilhante Ustra, que atuou na ditadura militar, depois foi declarado torturador pela Justiça e morreu em 2015.