Janaina Paschoal diz que se sente traída por Geraldo Alckmin: 'Uma facada'
A deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB-SP) participou hoje do UOL News e disse que está decepcionada com Geraldo Alckmin (PSB) após o ex-tucano se aliar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela afirmou que se sente traída, como se tivesse levado "uma facada".
"Aquele eleitor que se sente de direita está revoltado com o Alckmin. Eu sinto como uma facada porque votei no Alckmin várias vezes e acho que ele traiu a confiança de todas pessoas que acreditaram nele como uma alternativa ao PT. Ele não estimula ninguém a votar nele, não tem energia ali. Mas as pessoas votavam nele contra o PT", comentou Janaina.
Apesar disso, a deputada acredita que Alckmin atrairá votos para Lula, de um "eleitor tipicamente PSDB, que não é de direita, mas tem vergonha de ser de esquerda". Esse eleitor acreditará que Geraldo vai segurar o radicalismo de Lula, avalia Janaina.
"Essa movimentação do Lula mostra a habilidade da esquerda, o que a direita não tem. Enquanto Lula busca moderação para a imagem, o Bolsonaro vai buscar um general mais duro do que o atual vice-presidente. No lugar de flexibilizar, Bolsonaro endurece", criticou Janaina, que já declarou abertamente o voto no atual presidente.
Críticas a Jair Bolsonaro
Apesar de apoiar o atuar presidente em determinadas pautas, Janaina disparou criticas a algumas movimentações políticas dele. Reclamou, inclusive, do fato de Bolsonaro ter se filiado ao PL, partido do centrão.
"O PL de São Paulo não é Bolsonaro. Eles se iludiram com o número, que todo mundo ia ter o mesmo número. Mas já se arrependeram. Se vão reconhecer o arrependimento, não sei. Acontece o egocentrismo. Eles acreditam que o presidente tem a força e vai levar todo mundo com ele, que vão ocupar o partido e são a força. Vamos aguardar. Vejo uma autoconfiança excessiva diante dos fatos", apontou.
'A cada dia entendo menos o Sergio Moro'
Janaina também se mostrou decepcionada com a movimentação política de Sergio Moro, ex-ministro do governo Bolsonaro, e que recentemente saiu do Podemos e para o União Brasil.
"A cada dia entendo menos o Moro. Eu fui grande defensora dele, mesmo na época em que deixou o ministério [da Justiça] e foi chamado de traidor. Tentei fazer uma reflexão, entendendo que o presidente Bolsonaro tem uma personalidade difícil, os ministros também, e o Moro não se encaixou. Mas o que aconteceu agora, com o acolhimento do Podemos, e ele mudar no último dia do prazo, para um partido que só tem dinheiro para oferecer mais, eu não entendo. Prefiro nem comentar", concluiu Janaina.
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