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Bolsonaro: irmã de Adriano quis falar Palácio das Laranjeiras, não Planalto

Do UOL, em São Paulo

07/04/2022 20h50

O presidente Jair Bolsonaro (PL) rejeitou hoje qualquer acusação de envolvimento na morte do ex-policial militar Adriano da Nóbrega. Ontem, a Folha de S Paulo publicou uma gravação, na qual a irmã de Adriano acusa o Palácio do Planalto de trocar cargos comissionados pela morte dele.

"Os áudios dela, pelo que eu tomei conhecimento, ela se equivocou: em vez de falar Palácio das Laranjeiras, ela falou Palácio do Planalto. Pelo que eu lembro, nunca conversei com ela", afirmou em sua live semanal. O Palácio das Laranjeiras é a residência oficial do governador do Rio de Janeiro. Na época da morte do ex-policial militar, o governador fluminense era Wilson Witzel (PSC).

"Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar a Marielle Franco. Motivo nenhum, zero. É um negócio que não dá nem para discutir mais", disse Bolsonaro em meio à sua fala sobre o ex-policial militar.

Adriano foi apontado como chefe de uma milícia e suspeito de fazer parte do esquema de "rachadinha" no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL), um dos filhos do presidente.

Elementos de diferentes investigações indicam que, no dia seguinte ao assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, Adriano convocou uma reunião com milicianos para tratar do crime.

Após a publicação dos áudios, políticos de oposição acusaram envolvimento de Bolsonaro, seu governo e família. Hoje, o presidente chamou a reação de "fake news".

"Arquivo morto"

A morte do ex-policial militar ocorreu em fevereiro de 2020 e a gravação de Daniela Nóbrega teria sido feita apenas dois dias depois.

Nos áudios, Daniela conta para uma familiar que Adriano "era um arquivo morto". "Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso. Foi um complô mesmo", fala.

Segundo a Folha de S Paulo, a gravação foi autorizada pela Justiça e Daniela não é acusada de envolvimento nos possíveis crimes do irmão.