Gabriel Monteiro: Polícia não acha HDs em cofre apontado por assessores
A Polícia Civil não encontrou nenhum material de armazenamento de arquivos digitais em um cofre encontrado na casa do vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ). O político, assessores, ex-assessores e empresários ligados a ele foram alvo de mandados de busca e apreensão na manhã de hoje (7).
Ex-assessores do vereador do Rio e youtuber Gabriel Monteiro (PL-RJ) o acusam de usar o cofre para guardar HDs criptografados, além de outros dispositivos de armazenamento de mídia, com vídeos de orgias das quais participava, inclusive com a participação de menores de idade, segundo o jornal "O Globo".Quatro de seis ex-assessores de Gabriel Monteiro confirmaram a existência dos vídeos em depoimento à Polícia Civil.
De acordo com o delegado, o cofre vazio não foi apreendido porque não representa um material de interesse para a investigação.
O vereador é investigado pelo suposto crime de disponibilizar registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente.
Segundo os relatos, o cofre é aberto apenas por senha. Desde as primeiras denúncias, o vereador nega as acusações. Os ex-funcionários dizem que apenas dois advogados, além do próprio Monteiro, possuem a senha para abrir o cofre, que estaria escondido num armário localizado entre o quarto do parlamentar e o closet.
Entre os ex-assessores que confirmaram a existência do cofre, Fabio Neder Fernandes Di Letta e Luiza Caroline Bezerra Batista prestaram depoimento na condição de testemunha. Outros dois —Heitor Monteiro de Nazaré Neto e Mateus Souza de Oliveira —foram apontados por Gabriel Monteiro como responsáveis pelo vazamento de vídeo íntimo de uma jovem de 15 anos.
Monteiro diz que eles furtaram as gravações. Os homens negam, segundo informações do jornal O Globo.
Em seu depoimento, Heitor afirmou que Gabriel Monteiro foi orientado por um advogado a destruir equipamentos e mídias portáteis, como cartões de memória, HD externo e pendrives, que ficavam armazenados na casa dele.
Ele não informou se presenciou ou soube se, de fato, o material foi descartado. Heitor diz desconfiar que "esta 'história de furto' seja uma estratégia para justificar o fato de Gabriel não ter mais tais mídias de informática caso alguém o solicitasse".
Outro funcionário usou o termo "queima de arquivo" com o objetivo de "inviabilizar que alguém encontrasse qualquer prova que desabonasse a conduta" de Monteiro.
Questionado sobre isso, Sandro Figueiredo, advogado de Gabriel Monteiro, negou que tenha havido qualquer orientação para que provas fossem destruídas.
"Eu sou advogado, sempre quis ser advogado e defendo a correta aplicação da lei. Gostaria que essa pessoa que me acusa de destruir provas colocasse a cara e se expusesse. Eu jamais cometeria um ato de ilegalidade utilizando da minha condição de advogado. Eu jamais daria esse tipo de orientação", disse ele.
Polícia faz operação em 11 endereços ligados a Monteiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu na manhã de hoje mandados de busca e apreensão em 11 endereços ligados ao vereador Gabriel Monteiro. A operação mirou a casa do parlamentar, na Barra da Tijuca, e o gabinete dele na Câmara Municipal do Rio.
Agentes da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) e de outras delegacias distritais também foram a outros nove endereços, todos eles de assessores, ex-assessores e empresários com alguma relação com Monteiro.
Segundo informações do jornal "O Globo", a Polícia Civil foi às ruas após decisão do juiz Guilherme Grandmasson Ferreira Chaves, que atendeu pedido do delegado Luís Armond, titular da 42ª DP. O magistrado autorizou a apreensão de material e outros objetos que possam conter relação com a prática do crime pelo qual Monteiro é investigado.
Entre os equipamentos que podem ser apreendidos estão laptops, computadores, tablets, celulares, kindles, smartphones, mídias externas e portáteis, como HDs, pendrives, CDs e DVDs.
Denúncias contra Monteiro não param de chegar, diz vereador
Novas denúncias contra Gabriel Monteiro continuam chegando ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, afirmou Chico Alencar (PSOL-RJ), durante entrevista ao UOL News.
Alencar, que é membro do Conselho de Ética da Câmara do Rio, comparou o caso de Gabriel Monteiro com o de João de Deus — médium condenado a mais de 100 anos de prisão por crimes sexuais cometidos da cidade de Abadiânia, no interior de Goiás.
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