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General cita Ucrânia e chama ação russa de invasão em evento com Bolsonaro

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

07/04/2022 11h30Atualizada em 07/04/2022 13h17

Chefe do Estado Maior do Exército, o general Marcos Antônio Amaro dos Santos fez um discurso hoje, em evento com a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL), no qual se referiu à guerra na Ucrânia como uma "invasão" por parte da Rússia.

O exemplo foi utilizado para contextualizar, segundo ele, o quão fundamental seria para um "país soberano" ter forças militares capacitadas e "em condições de serem empregadas".

"A guerra não precisa de convite. E ela chega mais cedo para os despreparados. Assim devemos ter poder dissuasório para desencorajar com meios convencionais ameaças à nossa soberania", declarou ele durante a solenidade de promoção de oficiais generais, em Brasília, na manhã de hoje.

O conteúdo da fala de Amaro dos Santos contrasta com o posicionamento pessoal de Bolsonaro em relação ao conflito na Ucrânia. O presidente brasileiro, que viajou à Rússia e encontrou Vladimir Putin pouco antes do início da invasão, tem afirmado que o Brasil deveria adotar uma postura de "neutralidade".

A postura de Bolsonaro gerou reações no Brasil e no exterior. Ao colunista do UOL Jamil Chade, a embaixadora da Ucrânia na ONU (Organização das Nações Unidas), Yevheniia Filipenko, afirmou em 28 de fevereiro que "não havia espaço para neutralidade".

"Todos precisamos nos levantar para defender nossos princípios básicos. Eles garantem a todos os países sua soberania, integridade territorial e existência", disse ela.

Bolsonaro não discursou durante a solenidade militar realizada hoje em Brasília.

O chefe do Estado Maior do Exército declarou ainda que "o último conflito bélico do qual o Brasil tomou parte foi a Segunda Guerra Mundial. Finalizado em 1945. No entanto, observando a história, seja a distante ou a recente, vê-se quão imprescindível e cheia de desafios é a profissão militar".

Tome-se a título de ilustração a invasão da Ucrânia ocorrida no último mês de fevereiro para contextualizar os desafios do Exército brasileiro, que são também certamente desafios das forças irmãs, a Marinha e a Força Aérea. Não é nenhum luxo para um país soberano ter forças armadas em condições de ser empregadas
Marcos Antônio Amaro dos Santos, chefe do Estado Maior do Exército

De acordo com o general, "a guerra, de forma simples, pode ser definida como um ato de violência em que um lado tenta impor ao outro a sua vontade". "Por outro ângulo, podemos dizer que a paz é a ausência de guerra."