Moro critica TCU por abrir investigação contra Dallagnol e Janot: 'Absurdo'
O ex-juiz da Operação Lava Jato e possível presidenciável Sergio Moro (União Brasil) criticou na noite de hoje e chamou de "absurda" a abertura de investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) contra o ex-procurador do MPF (Ministério Público Federal) Deltan Dallagnol e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot por eventual pagamento de R$ 2 milhões.
O valor seria decorrente de gastos com passagens e diárias para os servidores que atuaram na força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.
Moro classificou a ação do órgão como "absurda e insustentável". Não é a primeira vez que o ex-juiz critica ações de tribunais contra a Lava Jato.
Na última semana, por exemplo, Moro declarou que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes queria "anular toda a Lava Jato com base em mensagens hackeadas". A fala de Moro fez referência ao uso de diálogos da Operação Spoofing, investigação sobre hackers de autoridades, entre elas o ex-juiz e procuradores da Lava Jato, na sentença do magistrado a Corte.
"A decisão do TCU condenando @deltanmd, @Rodrigo_Janot e outros procuradores da Lava Jato a devolver dinheiro de diárias é absurda e insustentável. O trabalho deles já levou à recuperação de 6 bilhões de reais somente para a Petrobras. Vão retaliar o bom trabalho?", escreveu Moro no Twitter.
Antes da sua declaração, o possível presidenciável havia compartilhado um tuíte de Dallagnol no qual o ex-procurador do MPF compartilhou, em uma sequência de publicações, o seu posicionamento contra a ação do tribunal que, segundo ele, é "revoltante".
Investigação no TCU
O processo contra Dallagnol e Janot foi apreciado pela Segunda Câmara do TCU, que agora vai investigar o caso e aplicar eventuais ressarcimentos. A decisão, que teve como relator o ministro Bruno Dantas, foi unânime.
Com a decisão de responsabilizar Dallagnol e Janot, o TCU converteu o processo "em tomada de contas especial", informou a equipe do colegiado ao UOL. A medida agora permite uma apuração detalhada relacionada à responsabilidade dos ex-procuradores por eventuais ocorrências de danos ao erário na Lava Jato.
Na investigação, o TCU deverá solicitar ao Ministério Público de Contas que "identifique e elabore proposta de citação dos procuradores que propuseram o modelo de força-tarefa adotado na Lava Jato, analisando especificamente o papel do procurador Deltan Martinazzo Dallagnol, que era conhecido como coordenador da força-tarefa e era o procurador natural do caso".
Caso Dallagnol seja condenado a ressarcimentos por gastos na Lava Jato, ele pode sofrer contestações em sua pré-candidatura a deputado federal pelo Podemos, já que um julgamento que o declare culpado pode torná-lo inelegível e retirar seus direitos políticos, conforme define a Lei da Ficha Limpa.
Procurado pelo UOL, o ex-procurador-geral Rodrigo Janot informou que não vai se posicionar. Já Dallagnol disse, em nota, que a decisão é uma "clara reação do sistema contra investigadores que dedicam suas vidas ao combate à corrupção". Em sua defesa, o ex-procurador do MPF comparou que os R$ 2 milhões gastos na força-tarefa é bem menor que a recuperação de R$ 15 bilhões aos cofres públicos, durante a Lava Jato.
*Com Pedro Paulo Furlan, do UOL, em São Paulo
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