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Bolsonaro é fruto de aliança entre neoliberalismo e neofascismo, diz Dilma

A ex-presidente Dilma Rousseff - JOAO GABRIEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
A ex-presidente Dilma Rousseff Imagem: JOAO GABRIEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo*

23/04/2022 18h27

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse hoje que a eleição do presidente Jair Bolsonaro é fruto de uma aliança entre "neoliberalismo e o neofascismo" em evento de uma universidade de Berlim, na Alemanha. Em participação virtual, ela criticou também as sanções econômicas globais contra países em desenvolvimento.

No Brazil Summit Europe, realizado na Hertie School, na capital alemã, Dilma fez uma ligação entre o seu processo de impeachment, em 2016, e a eleição de Bolsonaro. Segundo ela, sua saída do governo foi um "golpe para atender aos neoliberais" e "retomar o projeto ultraconservador brasileiro".

"A política neoliberal, junto com o neofascismo, constituem os grandes responsáveis pela catástrofe humanitária hoje existente no Brasil", declarou Dilma.

O neoliberalismo não tem o chip da moderação, e está aliado ao autoritarismo. A derrota nas urnas e a defesa da ditadura militar colocam sempre no horizonte de Bolsonaro o questionamento do resultado das eleições e a busca por uma intervenção militar em último caso.
Dilma Rousseff, ex-presidente

A ex-presidente criticou ainda todas as sanções econômicas globais contra países em desenvolvimento, o que inclui as sanções contra a Rússia, impostas desde que o país invadiu a Ucrânia, em fevereiro.

Segundo Rousseff, que tem formação em economia, as sanções só produzem "mortes, fome e miséria" e não têm eficácia.

"Somos, da nossa parte, contrários a qualquer política de intervenção econômica baseada em sanções, até porque tal política só produziu mortes, fome e miséria. Temos dois terríveis exemplos, os 60 anos de sistemáticas sanções aplicadas contra Cuba e as recentes sanções contra a Venezuela durante uma pandemia, que provocaram danos à população daqueles países e não alteraram os seus regimes", declarou a ex-presidente.

Realizado por alunos e ex-alunos brasileiros da Hertie School, o Brazil Summit teve ainda a participação dos ministros Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) e dos ex-ministros Isabella Teixeira (Meio Ambiente) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).

*Com informações da DW