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Ato das centrais em SP tem crítica à chapa Lula-Alckmin

Herculano Barreto Filho e Gabriela Varella

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

01/05/2022 13h27Atualizada em 01/05/2022 16h42

O ato de 1º de Maio das centrais sindicais na praça Charles Muller, em São Paulo, tem críticas à chapa formada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

O evento conta com a participação de sete centrais sindicais e mais de 15 sindicatos internacionais, de acordo com a organização. Lula irá subir ao palanque hoje à tarde.

"Lula sem chuchu é muito mais gostoso": apoiadora de Lula alfineta Alckmin, pré-candidato a vice - Gabriela Varella/Colaboração para o UOL - Gabriela Varella/Colaboração para o UOL
"Lula sem chuchu é muito mais gostoso": apoiadora de Lula alfineta Alckmin, pré-candidato a vice
Imagem: Gabriela Varella/Colaboração para o UOL

A enfermeira aposentada Edva Aguilar, de 65 anos, ostentava uma placa com uma crítica indireta à presença de Alckmin como vice, na qual se lê: "Lula sem chuchu é mais gostoso".

Enquanto conversava com a reportagem do UOL, algumas pessoas pediam licença para posar ao lado dela. "Na primeira dor de barriga do Lula, nós teremos um neoliberal no poder", critica manifestante.

Ela diz que até consideraria ter alguém de centro ou de direita no posto de candidato a vice, mas que "não tenha histórico de golpismo", em referência ao apoio do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

A ausência de Alckmin no evento também repercutiu entre os participantes. Questionado sobre o tema, Guilherme Boulos (PSOL) rebateu: "Tem que perguntar pra ele se ele não se sente à vontade de estar em um ato que defende os direitos dos trabalhadores. Eu me sinto muito [à vontade]".

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, confirmou que o tucano não vai comparecer ao evento — mas negou que isso tenha relação com uma estratégia política ou possíveis críticas que o ex-tucano poderia receber por parte de alguns setores.

"Ele já tinha avisado que estaria num compromisso com os netos. Ele esteve com o movimento sindical recentemente e foi muito bem recebido", afirma. Gleisi disse que o candidato a vice deve marcar presença em boa parte dos eventos de campanha.

Ela também negou que o evento seja um ato político de campanha. "Não é um ato de Lula ou Bolsonaro, nós temos que separar bem as coisas. Nós estamos comemorando um primeiro de maio, como sempre acontece. Lula foi convidado, foi um sindicalista e tem uma relação muito grande com o movimento", diz.

A presidente do partido disse que, a partir da formalização da pré-candidatura, o PT deve procurar apoio e "começar uma conversa", segundo ela, com o presidente do Avante e setores do MDB e do PSD. A tendência é que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, libere os palanques estaduais.

Sefies com estrela vermelha

Na entrada do ato, há cerca de 15 barracas ligadas a movimentos sociais e a partidos de esquerda. Entre eles, da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do PSOL. Nas tendas, há vendas de camisetas e bandeiras estampando o rosto de Lula.

Felipe Malhão, 31, diz ter vindo de ônibus do Rio de Janeiro para vender broches, que estampam frases de movimentos sociais e Lula com óculos juliet, imagem que mirou eleitores jovens nas redes sociais do petista.

Apoiadores fizeram selfies ao lado de uma estrela vermelha com um cartaz onde se lê "meu voto é secreto". Foi o caso do advogado Rogério Gomez, 58.

"Quem esconde o voto hoje é porque está ao lado dos fascistas. Precisamos diminuir a desigualdade social para que as pessoas possam viver com dignidade. O Brasil não é só feito de empresários e especuladores", disse.

"Precisamos chamar a atenção dos trabalhadores para o que está acontecendo no país desde 2018 em relação aos direitos dos trabalhadores. Temos um presidente [Jair Bolsonaro] que não sabe nem o que fala", completou Paulo Rogério Apolinário, diretor sindical dos rodoviários do ABC.