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Na ausência de Bolsonaro, Silveira vira atração de ato anti-STF em SP

José Dacau e Lorena Barros

Do UOL, em São Paulo

01/05/2022 18h31Atualizada em 01/05/2022 20h31

O protesto a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) e com manifestações contra o STF realizado na tarde de hoje na avenida Paulista, em São Paulo, começava a esvaziar quando a presença do deputado federal Daniel Silveira (PTB) foi anunciada no carro de som da sua nova legenda e uma aglomeração se formou para ouvi-lo.

O político, que recebeu indulto de Jair Bolsonaro após ser condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por ameaças a ministros da Corte, foi ovacionado pelos presentes, que chegaram a pedir fotos antes de ele subir no carro de som. Antes de falar, ele foi apresentado por um membro da legenda como "futuro senador" do país.

Daniel Silveira, que participou de ato em Niterói e no Rio de Janeiro na manhã de hoje, pousou de helicóptero em um ponto próximo ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). Ele foi recebido pela filha de Roberto Jefferson (PTB), Cristiane Brasil.

"O mais importante é pedir que cada um que está aqui presente que seja o maior cabo eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. Eu estou aqui por ele", declarou em pouco mais de cinco minutos de discurso.

Silveira também chamou Jefferson de "preso político" e incitou os manifestantes a defenderem "o direito de liberdade até a morte".

Silveira liderou críticas ao STF e Bolsonaro silenciou sobre Corte

Silveira concentrou os ataques ao STF no evento, que não contou com a presença de Bolsonaro. O deputado afirmou que "o Legislativo é o Poder mais importante e mais soberano da República" e, por mais de uma vez, clamou pela "luta a favor da liberdade" em seu discurso.

Bolsonaro, que teve uma breve passagem na manifestação anti-STF realizada na manhã de hoje em Brasília, falou aos apoiadores na Paulista por meio de um telão. Em uma fala curta, ele enalteceu o apoio dos manifestantes, a que disse que "deve lealdade. Assim como havia feito em um vídeo que gravou no ato na Esplanada, ele não citou o Supremo nem ministros, a quem costuma fazer duras críticas.

Antes dos atos, aliados do presidente defenderam que ele não participasse dos atos e não radicalizasse o discurso, em uma tentativa de atenuar a crise entre os Poderes.

O medo dos aliados era a repetição do que se viu no 7 de setembro de 2021. Na ocasião, Bolsonaro chegou a chamar o ministro Alexandre de Moraes de "canalha".

Aglomeração e confusão após discurso

Depois do discurso de Silveira na Paulista, uma confusão foi registrada na descida do carro de som onde o deputado falava. Um segurança afirmou que um homem trajado com uma camisa com a bandeira do Brasil teria puxado uma pistola.

"Um senhor puxou a arma e apontou na minha cara", disse o segurança a policiais militares.

Após deixar o carro de som de onde fez discurso, o deputado teve dificuldades de se locomover na Avenida Paulista. Ele foi cercado por pessoas que gritavam "Ei, Xandão, pede para sair", em referência ao ministro Alexandre de Moraes.

Após cerca de meia hora tentando sair do local, o deputado foi escoltado por policiais militares a pé até um hotel na Alameda Santos.