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Moraes tem interesse pessoal em perseguir Daniel Silveira, diz advogado

Colaboração para o UOL*

02/05/2022 18h52

Em entrevista ao UOL News na noite desta segunda-feira (2), Paulo Faria, advogado do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), disse que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem "interesse pessoal" em perseguir o parlamentar.

A defesa de Silveira pediu ao Supremo o arquivamento da ação em que o deputado foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por estimular atos antidemocráticos e ameaçar ministros da Corte. Além disso, em documento, afirmou que o processo perdeu o objeto após o presidente Jair Bolsonaro (PL) perdoar a pena do deputado e sugeriu, ainda, que o ministro Moraes, relator do processo, "apague o nome de Daniel Silveira de vossa mente".

O trecho do documento foi encarado por alguns parlamentares no Congresso Nacional como uma provocação. Ao UOL News, Faria disse que essa não foi a intenção, e que o ministro se sente provocado "por qualquer coisa".

"Eu nunca agi de forma a provocar Alexandre de Moraes. Ele que se sente provocado por qualquer coisa. Não há nenhum cunho provocatório. Não há nenhuma razão jurídica ou judicial clara para que houvesse essa percepção penal em face do deputado, bem como de outros investigados. É uma perseguição pessoal, é algo subjetivo", avaliou.

'Homem livre'

O advogado de Silveira também falou sobre a presença do deputado na manifestação a favor de Bolsonaro que aconteceu no domingo (1º), em Niterói, no Rio de Janeiro.

Silveira foi condenado pelo STF em regime inicialmente fechado. Apesar disso, de acordo com o Faria, o deputado "é um homem livre".

"O deputado não descumpriu nenhuma medida porque a graça foi publicada dia 21 de abril. Como já foi publicada, tem valor imediato. A graça, aliás, pode ser concedida até para pessoas que não foram condenadas ainda. Daniel Silveira é um homem livre desde o indulto individual. É uma competência do presidente da República e não existe nenhum ato que Daniel não possa se apegar tendo em vista a publicação do decreto."

*Com informações do Estadão Conteúdo