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Defesa cita slogan de Bolsonaro e diz que militares defendem democracia

Texto é assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira - Arquivo - Reprodução/Redes sociais
Texto é assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira Imagem: Arquivo - Reprodução/Redes sociais

Do UOL, em São Paulo

08/05/2022 12h17

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, citou o slogan da campanha eleitoral de 2018 do presidente Jair Bolsonaro (PL) em comunicado publicado na noite de ontem. O texto também diz que as Forças Armadas defendem os ideais de democracia, justiça e liberdade, além de atuar como bastião "da garantia dos poderes constitucionais".

O comunicado, chamado "Ordem do Dia Alusiva ao Dia da Vitória", é uma referência aos 77 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. "Neste dia, ao ouvir o clarim tocar 'Vitória!', o Povo brasileiro renova a gratidão aos nossos marinheiros, nossos soldados e nossos aviadores e reafirma a confiança em suas Forças Armadas, sabedor de que as terão a defender a Pátria e os ideais de democracia, de justiça e de liberdade. Brasil, acima de tudo!"

"Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" foi o slogan utilizado pela campanha de Bolsonaro na última campanha na disputa pela Presidência da República em 2018.

O texto também é assinado por Almir Garnier Santos, comandante da Marinha, Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército, e Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica.

Apesar de citar a defesa da democracia, as Forças Armadas têm levantado supostos riscos e fragilidades que, na visão dos militares, podem expor a vulnerabilidade do processo eleitoral. Em questionamentos enviados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), há a reprodução do discurso eleitoral de Bolsonaro, que tem colocado em dúvida a segurança das urnas eletrônicas e mantido a própria atuação da Corte sob suspeita. O TSE tem esclarecido as dúvidas das Forças Armadas e defendido as urnas. Os militares, inclusive, integraram o grupo que informatizou a votação.

"Exemplo cabal"

A "Ordem do Dia" ainda trouxe que um trecho em que se diz que, no ano em que o país celebra o bicentenário da Independência, "o Dia da Vitória ganha contorno especial". "Pois é exemplo cabal de que as Forças Armadas asseguram, permanentemente, a liberdade do Brasil e dos brasileiros, ao mesmo tempo em que garantem a escolha irrevogável pela independência, proclamada às margens do Ipiranga."

Segundo o texto, "as Forças Armadas atuam com determinação na defesa do Brasil e contribuem para o desenvolvimento nacional, permanecendo como bastiões inarredáveis da garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem e zelando para que a paz dos brasileiros e a harmonia da Nação sejam preservadas".

"Cobra fumar"

O texto lembrou que o Brasil esteve neutro no início da Segunda Guerra. "Superando o ceticismo dos poucos que diziam ser mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil ser capaz de enviar forças para combater no Atlântico e no continente europeu, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira mobilizaram-se, cumpriram intensa preparação e foram combater ao lado das mais experientes forças dos países aliados."

Segundo a "Ordem do Dia", "a vitória na guerra tem grande significado até hoje, pois representa a prevalência do mundo livre sobre o totalitarismo e o triunfo da democracia sobre a tirania". "Cumpre às gerações do presente e às do futuro jamais esquecerem os feitos de nossos militares em prol de nossa gente, sabendo que manter a defesa nacional é, e sempre será, um dever de todos."

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.