Eduardo Bolsonaro ironiza denúncias no Conselho de Ética: 'Chupa, Silveira'
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou o fato de, junto ao seu partido, ser o campeão de denúncias protocoladas no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados na atual legislatura (2019-2022). O levantamento revelado pelo UOL mostrou que o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi representado 10 vezes, sendo seguido por Daniel Silveira (PTB-RJ), que tem nove denúncias.
"Chupa Daniel Silveira", escreveu no Twitter, marcando o perfil colega na rede social - que está suspenso da plataforma por decisão do STF (Superior Tribunal Federal).
No período, o órgão recebeu 55 representações contra 26 deputados.
O órgão é o encarregado de aplicar penalidades aos deputados que descumprem as normas de decoro (ética). Composto por 23 deputados, o Conselho de Ética é dominado pela base governista: 16 do centrão - base de apoio a Jair Bolsonaro (PL) -, um do PSDB, um do Novo e cinco de partidos de esquerda.
Mas, apesar de Eduardo Bolsonaro ser o líder em denúncias, é raro que as representações contra ele se transformem em processo, como aconteceu no caso Míriam Leitão - das 10, três tratam do caso. O deputado será investigado pelos colegas por ironizar uma sessão de tortura sofrida pela jornalista na ditadura.
Representações contra Eduardo Bolsonaro
As duas primeiras representações contra Eduardo aconteceram após aceno à ditadura em 2019. À época, em entrevista a um canal no YouTube, o deputado afirmou que, se a esquerda brasileira "radicalizar", "a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5", o ato institucional mais rigoroso de todo o período de exceção (1964-1985). A denúncia acabou sendo arquivada.
No mesmo ano, o deputado foi acusado duas vezes de misoginia - repulsa a mulheres. A ex-bolsonarista Joice Hasselmann (PSDB-SP) diz em sua representação ter perdido 500 mil seguidores no Twitter após Eduardo lançar uma campanha com a hashtag #DeixeDeSeguirAPeppa, em referência à Peppa Pig, um desenho animado que conta a história de uma família de porcos. O pedido também foi arquivado.
Este ano, o filho do presidente foi chamado de "preconceituoso e misógino" ao sair em defesa do deputado bolsonarista Delegado Éder Mauro (PSD-PA), que teria sugerido na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) chamar um médico para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), insinuando problemas psiquiátricos. Novamente pelas redes sociais, Eduardo se referiu às mulheres envolvidas na polêmica como "pessoas portadoras de vagina". A representação ainda não andou porque aguarda a escolha do relator.
O parlamentar também foi representado duas vezes por criticar reportagens que recomendavam o uso de máscaras na pandemia. "Enfia [a máscara] no rabo", escreveu. O senador Humberto Costa (PT-PE) também recorreu ao conselho ao ter sido associado pelo deputado à Operação Lava Jato mesmo depois de as denúncias contra ele terem sido arquivadas.
"Drácula da Odebrecht", postou Eduardo em abril de 2021 no Instagram e Twitter. As duas representações ainda aguardam escolha do relator.
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