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'Se fosse honesto, seria um dos maiores do Brasil', diz Zambelli de Cunha

Segundo a deputada, no começo de novembro de 2015 ela teve uma reunião com o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha - Wilson Dias/Agência Brasil
Segundo a deputada, no começo de novembro de 2015 ela teve uma reunião com o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

23/05/2022 15h59

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse hoje que o ex-deputado Eduardo Cunha seria um dos maiores políticos do Brasil, se fosse honesto. Em entrevista ao Programa Pânico, Zambelli relatou uma conversa que teve com ele pouco antes da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

"É uma pessoa que tem uma história importante no nosso país e que teve coragem", disse a deputada ao comentar o papel de Cunha no impeachment da Dilma. "Se ele fosse honesto, eu acho que ele seria um dos maiores políticos do país. Se ele não tivesse sido corrupto né", completou.

Segundo a deputada, no começo de novembro de 2015 ela teve uma reunião com o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (à época no MDB, hoje no PTB) para pressionar pela abertura do processo de impeachment de Dilma. No encontro, ela teria dito a ele que só faria a cirurgia de retirada do tumor que tinha no cérebro após a abertura do processo.

Carla Zambelli relatou que em resposta à sua pressão, Cunha teria dito que não iria acolher o processo do impeachment antes do dia 15 de novembro, para não parecer que estava cedendo aos interesses do PSDB. O processo teve início no dia 2 de dezembro de 2015.

Ainda de acordo com ela, nesta mesma reunião ele teria sido alertado de que cairia após iniciar o impeachment. Ele então teria respondido que sabia, mas estava disposto a isso para derrubar Dilma.

Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara no dia 7 de julho de 2016, poucos meses depois do afastamento de Dilma do cargo. Em setembro do mesmo ano seu mandato foi cassado.

Em outubro de 2016, Cunha foi preso no âmbito da operação Lava Jato. Ele recebeu outras duas condenações e ficou cerca de três anos na prisão e mais um ano em prisão domiciliar. Há um ano Cunha está livre.

No dia 29 de março deste ano, Eduardo Cunha anunciou que tinha se filiado ao PTB e pretendia se candidatar a deputado federal por São Paulo. O político, no entanto, segue inelegível até 2027 devido à Lei da Ficha Limpa.