Topo

Esse conteúdo é antigo

Maierovitch: 'Nunes Marques deu passo largo em direção ao seu impeachment'

Colaboração para o UOL

03/06/2022 08h51Atualizada em 03/06/2022 14h57

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques suspendeu ontem duas decisões em que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) havia determinado a cassação de mandato de dois parlamentares bolsonaristas. Wálter Maierovitch, jurista e colunista do UOL, participou do UOL News hoje e disse que o ministro merece sofrer um impeachment pelas decisões tomadas.

"O Nunes, com essa decisão, deu um passo larguíssimo a um impeachment que ele está por merecer. Sem dúvida alguma. Ele é um órgão do poder judiciário. Ele não é um órgão independente. Ele não é um agente do poder. Ele vem atuando como agente a serviço do poder executivo", criticou Maierovitch.

Na opinião do jurista, o ministro do STF tem atuado para apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que o indicou para o STF, e não poderia tomar decisões de forma monocrática.

"Monocraticamente só existe a possibilidade de liminar em caso de urgência, em caso que depois não se pode mudar a situação. Não era esse o caso. O Nunes decide como se fosse um assistente. Ele faz a assistência para o Bolsonaro fazer um gol antidemocrático, acusar o tribunal e colocar esse clima que ele vem sustentando, que é mentiroso, que visa desmoronar e desacreditar a justiça eleitoral", completou Maierovitch.

De acordo com o jurista, os outros ministros do STF não devem repreender Nunes Marques, com exceção de Luiz Fux, presidente do Supremo.

"Supremo tem que ter reserva, não pode sair atirando. Juiz não pode entrar em barracos. A imagem do tribunal deve ser preservada e se deve deixar Bolsonaro falando sozinho, porque evidentemente ele se desmoraliza com as mentiras. Alguém deve falar pelo Judiciário. É o seu presidente."

Veja mais análises de Wálter Maierovitch e notícias do dia no UOL News: